Um ponto sensível que se torna universal, não importa em que país, são a nossa busca por identidade, no caso do Brasil isso pode se estender ainda mais para nossas relações paternais. O filme Segundo Tempo, dirigido por Rubens Rewald, trabalha tais temas de uma maneira introspectiva e intrigante.
Na trama conhecemos os irmãos Ana e Carl. Após o falecimento de seu pai, Helmut, um imigrante alemão que veio ao Brasil em busca de novas histórias, os dois buscam se encontrar no mundo em que vivem. Indo para a terra natal de seu pai, a Alemanha, os irmãos partem entram em uma jornada de descobrir sua própria história para que possam lidar com esse mundo caótico.
Um dos pontos positivos da obra está presente no equilíbrio nas batidas emocionais ao longo da narrativa. A direção de Rewald consegue apresentar uma sutileza sem pecar nos excessos ou falta de diálogos para demonstrar cada conflito. Segundo Tempo brinca bastante com um ar melancólico em momentos da sua duração, criando terreno para o desenvolvimento temático na relação dos irmãos.
Seguindo a linha da direção, Rewald entrega uma composição visual bem resolvida e profunda. Desde a montagem, mesmo que simples, do apartamento da família até cenários pouco utilizados como o campo de futsal. Nota-se um certo cuidado no desenvolvimento visual, que busca através do simples criar uma conexão com o telespectador.
No fim, Segundo Tempo é uma obra que consegue entregar bastante equilíbrio nos seus temas centrais, demonstrando uma competência desde sua direção até os pequenos itens de cenário. A sutileza e sensibilidade presente na trama agrada e emociona o suficiente para uma reflexão sobre nossas relações familiares.