Enfim Sex Education retornou, mas para se despedir! Após um tempo de ausência, a quarta e última temporada chega para encerrar os arcos dos seus principais personagens. O novo ano da série mostra que após o fechamento da Escola Moordale, Otis e Eric enfrentam um novo desafio – o primeiro dia de aula na Escola Cavendish. Otis está ansioso para começar sua nova clínica, e Eric só não quer ser um perdedor novamente. Surpreendentemente, a Escola Cavendish é ainda mais progressista que a Moordale! Além de yoga diária no jardim comunal e uma inegável vibe de sustentabilidade, o novo colégio tem um grupo de alunos que se torna popular justamente pela gentileza. Viv, enquanto isso, não gosta nada da perspectiva não competitiva da escola, e Jackson tenta lidar com seus sentimentos por Cal. Aimee se encontra na aula de artes, e Adam tenta entender se a educação superior é sua praia. Nos Estados Unidos, Maeve vive um de seus maiores sonhos na aclamada Universidade de Wallace, onde encontra a mentoria do escritor Thomas Molloy.
Com tanto sucesso, Sex Education se tornou um verdadeiro fenômeno na Netflix. Suas histórias sempre foram dinâmicas, ousadas e carismáticas. Parte desse sucesso está atrelado ao seu jovem e promissor elenco e o roteiro afiado da série. Mas tanto sucesso, cobrou seu preço. Com a pandemia e alguns problemas de bastidores, diversos atores não puderam voltar para a temporada final e como a produção aborda a vida sexual e anseios de adolescentes era necessário acelerar o final da produção. A sinopse, citada anteriormente, deixa claro que a o último temporada teve vários focos, o que foi péssimo para a série. Com tantos assuntos pendentes, novos personagens para serem desenvolvidos e novas relações apresentadas ficou perceptível que a produção precisaria de pelo menos mais um temporada para desenvolver suas histórias e aprofundar elas de modo satisfatório, como não foi possível a sensação que fica é que pouca coisa realmente foi bem desenvolvida e tudo que vemos, aconteceu com muitos atropelos.
A habilidade de conseguir tratar de temas polêmicos com naturalidade, e principalmente com respeito segue intacta. Temas como: transexualidade, problemas familiares e outros que permeiam a vida dos adolescentes são vistos de modo singular e sem cair no discurso moralista que tanto permeia nossa sociedade atualmente. Mas algumas situações como: depressão, relacionamento abusivo e fé x sexualidade, são vistos de modo tão simplista e superficial, que não levam a lugar nenhum.
A nova temporada separa o trio protagonista, novamente, afim de cada um acaba deles seja responsável por um novo núcleo. O que funciona parcialmente. A abordagem dá mais espaço para o elenco coadjuvante, mas o trio Otis, Maeve e Eric. Dos três o personagem de Ncuti Gatwa (Dr. Who) é quem acaba tendo mais destaque e com ele também surge a maior reviravolta da trama. Já Asa Butterfield (O Menino do Pijama Listrado) segue carismático e imaturo, o que dá aos seu personagem um ar de quem erra, por tentar acertar. Mas diversas atitudes do personagem ao longo do novo ano são pra lá de questionáveis, em especial as que envolvem a família. A nova escola é progressista e bem exagerada no seu design, algo que pode causar estranhamento. A trilha sonora é um acerto inegável e serve como amplificador para diversas cenas.
O final da temporada talvez seja o ponto mais fraco de todos os episódios. Uma frase dita durante a festa de arrecadação de fundos no último episódio, resume bem o que foi a última temporada de Sex Education: “Uma completa perca de tempo”. Uma pena, pois a produção sempre foi uma melhores da Netflix e irá deixar saudades.
