
Sexa conta a história de Bárbara, uma mulher de 60 anos que, após desilusões amorosas e o receio de envelhecer, decide se afastar do amor, mas tem sua convicção abalada ao conhecer Davi (Thiago Martins), um viúvo 25 anos mais jovem, forçando-a a reavaliar seus medos, desejos e a possibilidade de viver um amor arrebatador.
A produção dirigida e estrelada por Glória Pires (Desapega!) é despretensiosa na construção de sua história e tenta a todo momento explorar temas como maturidade, etarismo e amor próprio com leveza. A parte da leveza funciona bem, mas o desenvolvimento da história não. A trama começa do nada é empilha situações que não levam a canto nenhum. Muito dessa culpa se deve a péssima montagem que o filme possui. São cenas encerradas de modo abrupto e que são remendadas com outras que não tratam do mesmo tema e que vão se acumulando e acumulando e não desenvolvem nada relevante. A impressão que fica é que estamos vendo diversas esquetes que foram remendadas é com esse compilado resolveram lançar um filme pela longa duração de material. O 3º ato é puro caos e deixa pontas soltas em um enredo simples.

A trama ainda insere (de modo nada discreto) uma relação familiar tóxica e invasiva, em meio ao romance vivido pela protagonista e ao dividir as atenções, o filme perde forças. A produção tem uma condução digna de novela e as inserções de planos feita pela diretora não atrapalham, mas também não agregam muita coisa a narrativa que possui um roteiro tumultuado de ideias.
O que salva Sexa de ser um desastre completo é o seu elenco. A própria Glória Pires, Isabel Fillardis (Orfeu) e Thiago Martins (Era uma Vez…) entregam carisma e dão o seu melhor em cena. A química entre eles é palpável. Já Danilo Mesquita (Ricos de Amor) surge como o filho mimado e repleto de preconceitos, que não são apresentados dá melhor maneira, mas atua bem ao lado da protagonista é entrega um personagem detestável. Mas o grande destaque do filme é Fillardis que com sua energia em cena encanta e melhora o filme quando surge dividindo cena com a protagonista.
Sexa é uma comédia nacional que tem uma temática importante, mas que mesmo tendo boas intenções com sua mensagem falha em entregar um filme que seja divertido e/ou empolgante. Que Glória Pires seja resiliente e não desista de dirigir outros projetos. Afinal de contas: a vida é um eterno aprendizado e errar faz parte desse processo.


