Em 2016 chegou aos cinemas a nova animação da Ilumination (estúdio responsável pela franquia Meu Malvado Favorito), Sing – Quem Canta Seus Males Espanta. A produção foi uma grande aposta e se tornou um tremendo sucesso, conquistando o público e a crítica. No dia 06 de Janeiro de 2022, cinco anos depois, chega aos cinemas a sequência, Sing 2. A nova produção se passa na glamourosa cidade de Redshore, onde Buster Moon e sua turma enfrentam seus medos, fazem novos amigos e superam seus limites em uma jornada para convencer o recluso astro Clay Calloway a subir aos palcos novamente.
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Os fãs de Sing vão ficar felizes em ver a turma do primeiro filme de volta. As crianças nessas férias vão amar a nova aventura que é leve e bastante colorida. Mas será que era realmente necessário trazer Buster Moon e sua turma para uma nova aventura? A resposta é: não. Mas a proposta criada pelo roteiro e direção de Garth Jennings (O Filho de Rambow) é eficaz dentro do que se propõem, mesmo tendo que fazer mudanças aqui e ali nas personalidades que foram construídas no primeiro filme. A maior parte da trama se passa na cidade de Redshore, que funciona como uma perfeita alusão à Las Vegas, a cidade dos sonhos é megalomaníaca e sua composição é extravagante, repleta de easter-eggs e cores. O roteiro tem dois pilares: o primeiro é mostrar as crianças que nunca é tarde demais para seguir seus sonhos, uma lição bacana e que funciona na trama e o segundo é uma grande ironia. A produção tenta fazer uma crítica ao mundo do show business, a questão é que o próprio filme só ganhou uma sequência e deve se tornar uma franquia por causa do mesmo show business. Irônico né?
A trama do primeiro filme é focada no formato de um concurso musical e funciona melhor do que a nova aventura. Porém, é inegável que Sing 2, tem um visual pop mais apurado em especial no terceiro ato, onde vemos os cenários espetaculares e repletos de neon, que foram propostos para o grande show que encerra o filme. As sequências aqui são mais ousadas e devem fazer a alegria dos fãs de musicais. As canções escolhidas para a trama, são bem aleatórias e se baseiam no que fez sucesso no Spotify, mas mesmo assim o filme deve conseguir uma indicação ao Oscar na categoria de melhor canção original com “Your Song Saved My Life” que é apresentada de maneira espetacular. A animação possui um apuro técnico ótimo. O problema é que o roteiro não flui tão bem assim. Situações como a paixão de Meena pelo vendedor de sorvete ou a motivação de Clay retornar aos palcos surgem do nada, sem nenhum desenvolvimento básico e incomodam, pelo menos os mais atentos.
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As piadas seguem sendo bobinhas, mas temos alguns momentos que com boa sacadas, como por exemplo, quando vemos Dona Kiki batendo cabeça ao som de ‘Chop Suey’ do System of a Down e as audições com vários animais aleatórios cantando grandes sucessos da atualidade, essas situações vão arrancar gargalhadas de pais e filhos.
Sing 2 é uma sequência que cumpre o seu propósito de entreter e divertir, mesmo tendo um roteiro que joga situações sem muito desenvolvimento. Com boas versões adaptadas de canções originais (todas em inglês), o filme fará a alegria de quem gostou do primeiro filme ou de quem está de férias.