sáb, 8 fevereiro 2025

Crítica | Sing Sing

Publicidade

Sing Sing acompanha a história real de um homem preso por um crime que não cometeu, que encontra propósito ao atuar em um grupo de teatro ao lado de outros homens encarcerados, incluindo um novo e desconfiado integrante. Baseado em uma emocionante história real de resiliência, humanidade e o poder transformador da arte, o filme conta com um elenco inesquecível composto por atores que já foram encarcerados.

Sing Sing é um filme poderoso sobre a arte é o poder redentor que ela pode exercer em quem se entrega a ela. A produção dirigida por Greg Kwedar (Jockey) é uma análise nunca vista, sobre o sistema prisional americano e para isso cria personagens complexos, que são muito bem construídos, pois aqui o roteiro explora não apenas uma história real, mas aborda a relação entre pessoas reais e suas memórias. Os diálogos vistos são repletos de verdades, alguns deles podem soar soltos e não se encaixar bem no momento em que aparecem na história, mas todo o roteiro escrito por Kwedar transmite com sensibilidade as dores, sonhos e medos dos homens que vemos em tela apresentando arcos interessantes e que vão hipnotizar o espectador.

This image released by A24 shows, from left, Paul Raci, Sean San José, Colman Domingo, Sean “Dino” Johnson, and Mosi Eagle from “Sing Sing.” (A24 via AP)

A direção acerta na decisão de dar espaço para que o elenco brinque e destrinche o texto em tela, todos os personagens (principais ou coadjuvantes) tem espaço para brilhar em tela. Mas é inegável que Colmam Domingo é o dono do filme, com a melhor atuação de sua carreira. Não surpreendendo a ninguém a sua indicação e até uma vitória no Oscar, sua atuação é sublime. Ao lado dele brilha também o estreante Clarence Maclin. Maclin foi preso por assalto à mão armada na Centro Correcional Sing Sing, onde participou do programa Rehabilitation Through the Arts e aprendeu a atuar.

Publicidade

Kwedar ainda transforma o espectador em um personagem que acompanha diversas situações lado a lado dos personagens. A trilha sonora é outro destaque, mas são nos silêncios que a emoção a flora, destaque para a cena final que é repleta de simbolismo.

A montagem, em especial no primeiro ato, é lenta e gradativamente vai inserindo o elenco em diversas situações enquanto explora o dia a dia do grupo na instituição e no programa de reabilitação, porém isso pode desagradar alguns pelo ritmo, mas aqueles que embarcarem na proposta vão sair da sessão felizes, pois após o primeiro ato a produção decola e oferece momentos memoráveis.

Sing Sing é uma produção tocante, sobre como a arte pode mudar vidas e merece ser visto o quanto antes, por aqueles que amam cinema e apreciam histórias baseadas em fatos reais. Um filmaço!

Publicidade

Publicidade

Destaque

Crítica | O assassino do calendário

O cinema sempre foi um reflexo das inquietações sociais,...

Crítica | O Homem do Saco

O gênero de terror começou com tudo em 2025...
Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
Sing Sing acompanha a história real de um homem preso por um crime que não cometeu, que encontra propósito ao atuar em um grupo de teatro ao lado de outros homens encarcerados, incluindo um novo e desconfiado integrante. Baseado em uma emocionante história real de...Crítica | Sing Sing