A primeira temporada de Sky Rojo, foi lançada com a intenção de causar e provocar, de todos os modos possíveis. O resultado foi bom dentro da proposta e garantiu uma segunda temporada que estreou recentemente na Netflix. O novo ano veio para, basicamente, repetir os erros e acertos da temporada passada.
Sky Rojo é um verdadeiro mar de referências a cultura pop, assim como foi a primeira temporada, o criador da série Álex Pina (La Casa de Papel) aposta novamente num visual “sexy” e numa estética que lembra as obras de Tarantino, com um uso eficiente e moderado de violência, que impede da trama cair num marasmo mortal. Porém, a série peca na sua narrativa de conscientizar as pessoas sobre os perigos da prostituição e do mercado sexual. Isso fica em segundo plano, temos alguns momentos onde as coisas são ditas de modo bem direto e impactam, mas logo o texto é deixado de lado, o que é uma pena.
No quesito atuação, temos o retorno da autodestrutiva e problemática Coral (Verónica Sánchez), a relativamente inocente Gina (Yany Prado) que agora usa de sua “inocência” para mostrar suas garras e de Wendy (Lali Esposito) que mostra um lado mais sério. A química do trio protagonista continua sendo muito boa e salva a produção de cair no marrasmo, pois em diversos momentos a trama não anda.
A direção de Sky Rojo, acerta na estilização de algumas filmagens, como por exemplo a alteração da proporção da imagem em algumas cenas, para descrever uma certa situação em as protagonistas passam, além da montagem que transita bem entre as cenas e as fazem com que elas fluam de modo quase mágico.
Na nova temporada, que dá sequência aos acontecimentos da anterior, os realizadores acertam em fechar bem as pontas e caso não aconteça uma terceira temporada, o final é satisfatório. Ao contrário da primeira, que apostou suas fichas em arcos não encerrados e com um final para lá de anti-clímax.
Sky Rojo, mirou alcançar as alturas com a nova temporada e saiu do chão com muito esforço para contar uma história que tenta desglamourizar a prostituição, mas faz isso de modo superficial e acaba deixando a desejar nesse quesito. Pelo menos a obra tem estilo e algumas boas referências as obras de Tarantino.