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    Crítica | Sob as Águas do Sena

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    Uma coisa que necessita de honestidade é que filmes de tubarões são uma premissa que já aceitamos ser absurdas e bobas. Atualmente muitos filmes de tubarão estão aceitando essa auto-ridicularização e puxando para algo mais despretensioso, com uma abordagem mais de ação-comédia como Megatubarão. Agora, de forma totalmente insana, nos preparamos para tubarões em Paris; o filme da Netflix dirigido por Xavier Gens é Sob as Águas do Sena, trazendo uma visão um pouco mais séria da história. 

    A direção de Gens segue a fórmula clássica dos filmes de tubarão. A personagem principal é a cientista Sophia (Bérénice Bejo), que tem uma rixa pessoal com ‘Lilith’, o tubarão-mako que evolui rapidamente e que dizimou sua equipe; a prefeita de Paris (Anne Marivin) está mais interessada em sua popularidade e lucro do que na segurança da população. Então a obra aposta no cenário francês que é incomum, muito da cinematografia destaca os pontos turísticos parisienses, assim o filme cria um diferencial estético no meio do mar de filmes de tubarão.

    No tom, Sob o Sena oscila entre o exagero e a pregação, com uma sátira ecológica bem evidente. Lilith chega à Paris devido à poluição oceânica e às mudanças climáticas, o que também lhe dá certos poderes, ela é um sintoma, não a causa. E, como no aquecimento global, Lilith é uma ameaça clara e presente que ninguém consegue decidir como enfrentar. Gens tenta criar uma trama que se assemelha com dramas de monstros e tragédias como Godzilla – Minus One. No segundo ato do filme, a abordagem pesada não se sustenta, mas quando as cenas mais de ação começam, é um deleite. Depois de uma hora, um massacre nas catacumbas de Paris traz um caos bem-vindo, eco-guerreiros da Geração Z, policiais incrédulos e cientistas apavorados estão todos no cardápio de Lilith enquanto o sangue jorra no Rio Sena.

    É por essa sequência e o grand finale que o filme se torna um pânico aquático palpável. O ato final também não decepciona, intensificando a crítica social para uma conclusão ousada e sombria, deixando até mesmo porta para um segundo filme . No fim, é uma obra bastante boba, com personagens rasos e lógica questionável, mas quando Sob as Águas do Sena ignoram a ideia de fazer um drama de monstro e trazem mais sequências sangrentas, a obra tem garras suficientes para segurar nossa atenção.

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