Criado por David Weil (“Hunters”), nova série da Amazon Prime Video estreou na madrugada do dia 25 (sexta-feira) com 07 episódios curtos e eletrizantes.
Com uma pegada semelhante a “Black Mirror”, série da concorrente Netflix, cada episódio conta a história de diferentes personagens: Leah, Tom, Peg, Sasha, Jenny, Nera e Stuart, explorando a sua humanidade em conjunto com temas futuristas e tecnológicos.
A série ainda conta com um elenco incrível, como Constance Wu, Helen Mirren, Uzo Aduba, Nicole Beharie, Dan Stevens, Morgan Freeman, Anthony Mackie e Anne Hathaway, nomes que dão um peso maior a cada história interpretada de maneira impecável. Cada atuação traz uma emoção diferente e uma mensagem para o espectador, principalmente nesse momento que estamos vivendo.
O mais interessante dessa trama é o foco que o roteiro trouxe na solidão dos personagens. Como cada episódio é focado em apenas uma história, uma pessoa, o espectador tem acesso a detalhes de sua vida e de seus conflitos. Talvez essa proeza possa ter sido ainda mais delicada pelo roteiro ter sido escrito durante a pandemia, onde os sentimentos estão mais aflorados e os conflitos internos mais expostos. E consegue se perceber tanto nas atuações, que entregaram a melhor atuação possível, quanto pelas histórias em si.
As interações ao invés de serem entre personagens, acabam sendo interações entre o personagem e o espectador, já que as cenas são basicamente monólogos. O ponto em comum de cada história é que são carregadas pela exploração de sentimentos e conflitos familiares.
É difícil precisar qual episódio é mais emocionante ou mais profundo, já que cada um tem uma carga emocional diferente e atinge seu público de inúmeras formas. O primeiro episódio é focado em difíceis decisões a se tomar quando se refere à saúde de um familiar. O quarto pode ser considerado um puríssimo “gatilho” de quem ainda permanece em isolamento social em razão da pandemia, talvez seja o episódio mais angustiante de toda a temporada.
O sexto e o sétimo episódio são os únicos que possuem interação entre personagens, mesmo havendo monólogo. A função do outro personagem é de direcionar e impulsionar esse monólogo e assim o espectador ter mais acesso a informações necessárias a criar empatia e vínculos com aquele personagem. É brilhante a forma como o roteiro trouxe essa ideia e conseguiu criar essa conexão espectador-personagem.
Interessante mencionar também as mensagens que a série traz. Temas como pandemia, isolamento, fake news, medo do futuro pós pandemia e como o psicológico é abalado, como se enxerga o papel da mulher na sociedade, a ideia de maternidade imposta para a mulher, entre mil outros temas que são complexos na nossa sociedade atual.
Com um roteiro profundo e eletrizante, atuações impecáveis, que tiram o fôlego do espectador a cada episódio, a série é surpreendente e vai encantar o coração de quem é apaixonado por ficção científica e, principalmente, aos fãs de “Black Mirror” que esperam ansiosos por novos episódios.
“Solos” já está disponível na Amazon Prime Video.