seg, 27 outubro 2025

Crítica | Springsteen: Salve-me do Desconhecido

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Springsteen: Salve-me do Desconhecido é a cinebiografia de uma das lendas do rock americano. A trama segue a jornada criativa do compositor Bruce Springsteen em torno da criação de seu sexto álbum de estúdio, o aclamado Nebraska de 1982. Considerada uma das obras mais sinceras e pessoais de Springsteen, Nebraska foi gravado em um gravador cassete de 4 faixas no quarto da casa do artista em Nova Jersey. É durante o processo de concepção e produção do álbum que Springsteen luta entre as pressões do sucesso e os fantasmas do seu passado. Na época, o jovem cantor e compositor vivia o auge do estrelato global e Nebraska se tornou um ponto de virada fundamental em sua carreira, considerado um dos álbuns mais crus e reflexivos do artista.

Scott Cooper (O Pálido Olho Azul) dirige a cinebiografia de modo sensível, mas no início da narrativa a escolha por uma montagem que intercala presente e passado, de início essa proposta soa estranha e angustiante, com o passar do tempo é que o espectador vai conseguindo reunir informações para compreender as sensações iniciais. Cooper cria um retrato introspectivo e repleto de silêncios que machucam. A fotografia em preto e branco reforça o clima de isolamento, tristeza e vulnerabilidade que permeia a história de vida do protagonista vivido brilhantemente por Jeremy Allen White (O Urso). O ator desponta como um dos favoritos ao Oscar 2026 por sua atuação, mesmo apresentando aqui e ali alguns tiques do seu personagem mais famoso. Jeremy Strong (O Aprendiz) cria mais um personagem memorável e funciona como um porto seguro para as crescentes inseguranças do astro do rock.

O roteiro, também escrito por Scott Cooper, opta por focar na criação do álbum Nesbraka e das canções que remetem as inseguranças que permeiam a vida de Bruce. O texto evita clichês do gênero e, num primeiro momento, não é objetivo com o que deseja abordar, mas a partir do segundo ato, o texto encontra seu ritmo e aqueles que tiverem paciência com a narrativa lenta vão ser surpreender com a gradual construção psicológica do homem por trás do mito. O desenvolvimento de como foi feito o álbum funciona como uma tentativa de Springsteen de curar as feridas do seu passado e o que vemos sobre isso é: doloroso, melancólico e principalmente honesto.

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Musicalmente, o filme é um deleite. Jeremy Allen White canta todas as faixas e impressiona. As criação e execução das faixas de Nebraska soam autênticas e a experiência auditiva do filme e absurda e merece uma indicação a diversos prêmios técnicos. Mesmo quem não for fã de Springsteen irá se pegar reflexivo com suas canções. A recriação da New Jersey dos anos 80 é muito bem feita, figurino, design de produção tudo que remete a essa década é apresentada com esmero e beira a perfeição.

Springsteen: Salve-me do Desconhecido é mais do que uma cinebiografia: é uma imersão emocional na mente e no coração de um artista em conflito consigo mesmo. É impossível, sair indiferente a grande atuação de Jeremy Allen White e a história de vida de Bruce Springsteen. Filmaço!

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
Springsteen: Salve-me do Desconhecido é a cinebiografia de uma das lendas do rock americano. A trama segue a jornada criativa do compositor Bruce Springsteen em torno da criação de seu sexto álbum de estúdio, o aclamado Nebraska de 1982. Considerada uma das obras mais...Crítica | Springsteen: Salve-me do Desconhecido