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Início Cinema Crítica | Super/Man: A História de Christopher Reeve

    Crítica | Super/Man: A História de Christopher Reeve

    Créditos: Warner Bros. Pictures
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    É sempre muito complexo contar a história de figuras que marcaram épocas, que seus rostos se tornaram símbolos de alguma mensagem por algum motivo. Com certeza toda uma geração cresceu com o rosto de Christopher Reeve no traje do Superman pelos filmes da década de 70 e 80. O clássico de 1978 dirigido por Richard Donner é o filme favorito de muitos pais, com toda certeza. Em uma época que o cinema blockbuster estava surgindo com tudo, ‘Superman’ (1978) estabeleceu um jovem desconhecido ator de teatro como uma das maiores celebridades de Hollywood. Para contar a história de Reeve, este projeto estreou no Festival de Sundance em janeiro de 2024, com uma excelente repercussão, foi vendido para a Warner Bros. Pictures por $15 milhões de dólares e, neste momento, está em rodagem no Festival de Londres. Além de se esperar uma grande repercussão por parte dos fãs do ator, o longa é projetado por importantes veículos como Variety e IndieWire como um forte candidato a ser indicado na categoria de Melhor Documentário no Oscar 2025.

    Dirigido por Ian Bonhôte, já conhecido entre os fãs de documentários por ‘McQueen’ (2018)e Peter Ettedgui, o filme conta toda a trajetória pessoal e profissional de Christopher Reeve, desde criança e sua complicada relação familiar, passando pela sua fama como astro de Hollywood e pelo seu trágico acidente que o deixou tetraplégico em 1995 até sua morte em 2004.

    É muito interessante notar a abordagem dos diretores em fazer um estilo de documentário tradicional, com o cenário clássico das entrevistas dos parentes e o uso das imagens de arquivo, mas eles misturam isso com uma decupagem e elementos até animados (como a ilustração do corpo do Reeve, quase como algo místico) para refletir sobre a vida do ator de uma forma bastante única. A estrutura montada gera um forte impacto no espectador porque transita entre os momentos mais gloriosos da carreira do ator e dos seus momentos mais difíceis, fazendo justamente a reflexão sobre esse pensamento dúbio entre o “super-homem” que projetavam nele e as suas dificuldades enquanto ser humano. A figura da kriptonita aparecendo na ilustração do corpo de Reeve enquanto o documentário fala sobre o seu acidente de 1995 é um bom exemplo disso. É uma discussão para além de apenas contar como foi a carreira e vida pessoal de Reeve, mas mostrar como os dois lados da moeda existiram juntos (assim como era o Superman e Clark Kent) e como foi essa existência das principais pessoas na vida do ator, como os filhos, a esposa e ex-esposa. Não há, por exemplo, uma idolatria da figura de Reeve. Pelo contrário, mostra também as falhas dele enquanto pai e profissional, porque justamente a ideia é mostrar como existia essa ligação: o homem que, durante toda a vida, iria ser associado ao super-homem, mas que era um mero mortal como todos nós.

    Créditos: Warner Bros. Pictures

    Por isso, também, uma escolha acertada em centrar a história no pós-acidente. O “homem de aço” que passou a viver “preso” em uma cadeira de rodas.  Para um homem saudável, que sempre fez muitas atividades (hipismo, esquiar, jogar tênis e futebol, etc) e que adorava brincar com seus filhos, não há kriptonita maior do que a incapacidade de andar. Ao mesmo tempo que o documentário mostra que havia o Superman (na visão do público) mas também o lado humano de Reeve, também deixa claro que a própria história do ator, por uma coincidência do destino, une esses dois mitos em uma pessoa só. Mesmo incapacitado, ainda assim agiu para fazer o bem para as pessoas como a criação da sua fundação e o apoio as pessoas com deficiência. Incluindo o retorno à atuação em filmes como ‘Janela Indiscreta’ (1998) e com sua estreia na direção com ‘Armadilha Selvagem’ (1997) e seu último filme, ‘A História de Brooke Ellison’ (2004).

    ‘Super/Man: A História de Christopher Reeve’ é uma profunda e emocionante viagem para a vida de um homem que foi tratado como herói quando ele mesmo se dizia humano, e que, até o seu último momento em vida, sempre recusou esse título mas se mostrou ser indestrutível. O documentário é um convite sincero para todos os fãs do ator e aqueles que testemunharam a sua ascensão no cinema, principalmente com os filmes do Superman, para conhecer a vida de Reeve e entender tudo o que estava ao seu redor.

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