seg, 27 janeiro 2025

Crítica | Sutura

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Ícaro (Humberto Morais) é um jovem médico recém-formado da periferia de São Paulo, conhecido por sua integridade. No entanto, ele se vê impossibilitado de iniciar sua residência médica devido a uma dívida acumulada durante a faculdade. Já a Dra. Mancini (Cláudia Abreu), uma renomada cirurgiã, enfrenta um trauma recente e deseja retomar sua carreira cirúrgica. Em busca de uma solução para seus dilemas, os dois decidem seguir um caminho arriscado, tornando-se médicos do crime. Juntos, eles iniciam uma vida dupla perigosa, onde suas habilidades médicas são usadas para fins ilícitos. Enquanto tentam resolver suas próprias questões, acabam se aprofundando em um mundo do qual talvez não consigam escapar, arriscando não apenas suas carreiras, mas também suas vidas.

A dupla de protagonistas é o ponto mais forte da produção, pois com muita competência explora o conflito moral deles, que, ao mesmo tempo em que salvam vidas, também se veem envolvidos em práticas que desafiam a ética e a lei.

O elenco tem uma química impressionante. Claudia Abreu entrega uma atuação sólida imergindo com profundidade nos dilemas de sua personagem. Humberto Morais tem um estilo mais contido, mas cresce quando precisa desenvolver as ambiguidades de seu personagem. Porém a série peca, em alguns momentos, ao não aprofundar os demais personagens e suas motivações da história, em especial os que não estão no núcleo médico. Mas nada que atrapalhe o envolvimento da história. Os atores Naruna Costa (Irmandade), Juliana Paiva (Família É Tudo), Danilo Mesquita (Ricos de Amor) e Lara Tremouroux (Medusa) são outros destaques da trama.

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Os diretores Diego Martins e Jessica Queiroz (Mila no Multiverso) não escondem suas referências e abordam elas de modo a criar uma conexão com os fãs de séries como House e Grey’s Anatomy, o que funciona muito bem. A reprodução do dia a dia dos médicos é feita de modo visceral e impacta pela fidelidade. A fotografia transmite uma sensação de clausura nos momentos em que os médicos precisam explorar seu “lado negro”. A iluminação dentro e fora do hospital tem um contraste interessante, mostrando os dois mundos em que os personagens habitam. A produção, afim de dar mescla planos abertos e fechados para mostrar os atores em ação, executando cirurgias complexas, algo que fará a alegria dos fãs das séries médicas.

Créditos: Adriano Vizoni/Pivô Audiovisual

Temas como racismo e o mercado absurdo dos planos de saúde são apresentados pra mostra a cruel realidade nos bastidores dos hospitais brasileiros. O ritmo da série se mantém constante, com episódios que desenvolvem a história de forma gradual, apresentando aqui e ali reviravoltas e surpresas, que vão deixar o espectador na ponta da cadeira. Com isso a narrativa aposta nas reflexões que os personagens enfrentam.

Sutura conta com um elenco primoroso e levanta questões relevantes, especialmente no contexto de um Brasil marcado por desigualdades e falhas no sistema de saúde. Que venha logo a segunda temporada dessa produção que mescla de modo tão competente elementos do universo médico com o mundo do crime.

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Destaque

Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
Ícaro (Humberto Morais) é um jovem médico recém-formado da periferia de São Paulo, conhecido por sua integridade. No entanto, ele se vê impossibilitado de iniciar sua residência médica devido a uma dívida acumulada durante a faculdade. Já a Dra. Mancini (Cláudia Abreu), uma renomada...Crítica | Sutura