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    Crítica | Terrifier 2

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    O primeiro Terrifier (2016) ficou conhecido por sua bizarra e brutal violência, remetendo aos clássicos trash de antigamente, onde não parecia existir um limite. Com o sucesso entre as comunidades cinéfilas, o diretor Damien Leone disse na época que gostaria de fazer uma continuação com mais investimento, para poder conceber todas as maluquices de sua cabeça. Com isso, após parcerias e campanhas entre os fãs, finalmente, depois de seis anos temos a tão aguardada e longa continuação. O extremo é levado a sério aqui.

    Na história do novo filme, Art persegue a jovem Sienna Shaw, personagem interpretada por  Lauren LaVera, e por seu irmão mais novo Jonathan Shaw, vivido por Elliott Fullam. O palhaço ressuscitado por uma entidade retorna para o Condado de Miles. Dessa forma, em plena noite de Halloween, além da adolescente, a criatura começa a perturbar seus amigos e familiares.

    Quase impossível não iniciar uma conversa sobre essa franquia sem comentar os ocorridos nos cinemas dos EUA, no qual algumas pessoas desavisadas ou sensíveis acabaram passando mal e consequentemente saindo da sessão do filme, tanto que algumas redes até disponibilizaram ambulâncias caso ocorra algo parecido. Inegavelmente é uma jogada sortudo para vender esse filme, antigamente em longas como Atividade Paranormal, era extremamente comum se utilizar de imagens das exibições testes com o público se chocando, assustando e etc. Dito isso, a curiosidade das pessoas é despertada por esse fator, apesar de que em sua maioria nas salas é fato que apenas os fãs e amantes desse tipo de filme irão aceitar assisti-lo.

    É nítido tanto na duração quanto nos posters do filme a pretensão de aumentar as coisas, o diretor quis misturar todas as suas ideias e homenagens de filmes como A Hora do Pesadelo e Halloween, criando uma narrativa amarrada com desenvolvimento para seus personagens, em especial a protagonista Sienna. Mas a história falha ao apresentar diversos pontos sem uma construção própria para cada um, exemplo é a ressurreição de Art, sem nenhuma explicação. Outro é o passado envolvendo a família da Sienna, mas apenas algumas menções, também sem mais nenhuma explicação. São problemas que evidenciam a boa vontade em construir um roteiro mais chamativo, mas falha em atirar para todos os lados e acabar não concluindo quase nenhuma das tramas apresentadas. Uma clara expectativa em fazer um Terrifier 3.

    Em relação ao seu vilão, Art, não existe segredo aqui, com muito mais liberdade e tempo de tela, o espectador é deliciado de cenas totalmente brutais, justificando o ocorrido de pessoas passando mal nos cinemas. O palhaço é o mal encarnado, mas diferente da frieza de vilões como Michael Myers e Jason, o vilão traz o puro caos e maldade juntamente com seu humor bizarro. É uma espécie de Freddy Krueger com mais sadismo, o diretor deixa explícito a demora e tortura que o assassino causa em suas vítimas, deixando-os praticamente falecidos, mas que de alguma forma as vítimas continuam vivas. Além da tortura, o humor do palhaço causa mais carisma para o personagem, desde uma brincadeira inofensiva com sua vítima, estilo Cartoon, até suas risadas sem som olhando jornais com notícias trágicas. São cenas que mostram o talento do ator, apesar de se repetirem bastante ao longo do filme.

    A maquiagem criada aqui é um dos pontos altos do filme, o diretor Damien Leone tem bastante especialidade na área, então com os recursos colocados para o mesmo, o resultado aqui é chocante, ele realmente se utiliza de quase todos os órgãos humanos durante o filme. Claro, com o exagero do filme é nítido que os mais experientes não vão se chocar tanto, mas todos os detalhes envolvendo olhos, tripas, sangue fazem jus ao dinheiro investido. O exagero pode extrapolar os mais chatos, devido uma ou outra cena que se assemelha quase um desenho antigo, onde o assassino consegue de maneira ridícula abrir ossos, pernas e muito mais com uma facilidade extrema.

    O diretor de fato quer construir sua franquia aqui, é bacana de ver o amor, ajuda e dedicação que fizeram esse filme ter sua continuação. Tanto na construção de sua final girl, inspirada em clássicos slasher e uma espécie de mitologia profética que o filme estabelece, mas não concluí por inteiro. As referências de A Hora do Pesadelo, quanto aos sonhos da protagonista são interessantes, mas se ligam a outro problema do filme que é sua duração, duas horas e vinte. É nítido que poderia ter tido um corte de vinte minutos na obra, são algumas cenas que acabam arrastadas, exemplo o sonho antes cuidado, ele serve para ligar essa mitologia com a personagem, mas acaba que se estende muito e se torna apenas monótono. São cenas e cenas que tem a pretensão de construir essa narrativa mais robusta em relação ao seu anterior, mas acabam que ficam apenas vagas durante o passar da obra.

    Terrifier 2 é um dos filmes mais polêmicos do ano, ele nitidamente irá atrair os fãs do tipo de terror, e talvez os mais corajosos em conhecer um horror mais brutal e direto. É louvável trazer um filme desses para os cinemas (em especial no Brasil) e marca o estabelecimento de Art na galeria de vilões icônicos do gênero. Existe muito carisma com seu personagem, e a construção da final girl é agradável e chamativa de se acompanhar. Essa mistura de diversas histórias atrapalha o desenvolvimento do filme, e suas não conclusões mostram a falta de polimento no roteiro na hora de explorar cada uma. No final das contas, ele se revela um filme para conceber o brutal exagerado, é um obra autoral, seja por bem ou por mal.

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    ANÁLISE GERAL
    NOTA
    critica-terrifier-2 O primeiro Terrifier (2016) ficou conhecido por sua bizarra e brutal violência, remetendo aos clássicos trash de antigamente, onde não parecia existir um limite. Com o sucesso entre as comunidades cinéfilas, o diretor Damien Leone disse na época que gostaria de fazer uma continuação...
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