
Os diretores Irmãos Russos (Cherry) fizeram muito sucesso com os filmes dos Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato e foram lançados ao estrelado como gênios da 7ª arte. Porém seus projetos mais recentes deixam os fãs da Marvel com um pé atrás, já que nenhuma das produções foi muito bem recebida pela imprensa e nem pelo público. Aumentando a lista de filmes com grande apelo que nas mãos da dupla não rendeu o esperado, chegou na Netflix The Electric State. A produção é baseada na graphic novel de mesmo nome, escrita por Simon Stålenhag e mostra uma realidade alternativa e retro futurista da década de 90 na qual robôs conscientes convivem entre os humanos. Nela uma adolescente orfã recebe a visita de um robô misterioso que acredita estar sendo controlado seu irmão mais novo considerado morto. Determinada a saber a verdade sobre o irmão, a jovem parte numa aventura pelo oeste americano com a companhia de um contrabandista e de seu robô.
The Electric State é mais um filme medíocre dos Irmãos Russos. A produção usa elementos da graphic novel para contar uma história totalmente diferente da original, o que pode frustrar os fãs da obra. No quesito história a produção carece de identidade e tenta emular tudo que foi sucesso nos anos 90, música, estilo visual e acaba gerando uma história pobre em elementos que se destaquem da trama.
Os efeitos visuais são de longe a melhor coisa da produção. Alguns são espetaculares e outros corretos, mas nenhum deles é mal feito ou deixa a desejar. Os robôs tem visuais criativos e ousados e as cenas de ação, carecem de urgência, mas são muito bem filmadas e coreografadas. Porém, não é apenas disso que um filme pode depender. É necessário se ter na trama elementos que empolguem e cativem o espectador, sendo aqui onde mora o maior problema dessa história.
A narrativa é centrada no drama de Millie Bob Bronw (Stranger Things) e na sua dinâmica com Chris Pratt (Passengers) e com outros personagens, mas a atriz carece de carisma nessa produção. O roteiro está repleto de furos, impedindo a atriz executar um trabalho melhor. Pratt interpreta uma versão alternativa de Peter Quill do Guardiões das Galáxias e pouco agrega, sendo em alguns momentos dispensável. O vilão da trama é o mais ausente e com a motivação mais clichê do gênero, Stanley Tucci (Um Olhar do Paraíso) acaba sendo desperdiçado em tela. Quem salva o filme de ser uma bomba, são os robôs e seu elenco de vozes que entregam algum carisma em meio a uma história insossa criada por Christopher Markus (Capitão América 2: O Soldado Invernal) e Stephen McFeely (Agente Oculto).
The Electric State fica muito perto de ser uma bomba e deve decepcionar alguns fãs, mas para aqueles que vão assistir ao filme sem expectativa e querem apenas passar o tempo, a produção pode ser uma opção. Que Vingadores: Doomsday e Guerras Secretas tenham os irmãos Russos em boa forma.