Quantos filmes de guerra ainda existirão para que nunca possamos esquecer deste passado cruel? A minha resposta: não há um número suficiente. A nova minissérie da plataforma de streaming Netflix promete cativar o interesse mesmo daqueles que não curtem história e guerras, por conta da sua técnica impressionante e roteiro bem trabalhado.
Produzido com a técnica de rotoscopia (onde os animadores redesenham quadros de filmagens e os deixam como animações), tive dúvidas em relação a quanta emoção uma série, trabalhada em um enredo de combate, poderia trazer para o espectador. Felizmente, posso falar que estava profundamente enganada, pois a todo o momento me senti dentro de uma HQ, com direito a sustos e lágrimas.
Sem muita enrolação, a história é baseada em fatos reais e conta a trajetória do Sargento americano Felix Sparks anos antes da entrada dos E.U.A na Segunda Guerra mundial. Com uma missão um pouco difícil, Sparks foi designado a treinar um pelotão etnicamente e culturalmente diversificado, que contava com red necks (caipiras), nativos americanos de diferentes tribos e descendentes de mexicanos. Foi então, nessa base militar no interior do Oklahoma que esse agrupamento deu o que falar na Segunda Guerra Mundial.
A série de eventos e locais, alguns dos quais jamais tinha ouvido falar (non dimenticare Anzio!), foram trabalhados com muita veracidade e interatividade. Em diversos momentos percebi que estava planejando estratégias e temendo represálias por parte dos inimigos, assim como lamentando a morte de personagens que, aos poucos, mostram – se cada vez mais humanos ao invés de meras peças em um tabuleiro.
The Liberator nos oferece outra perspectiva da Segunda Guerra Mundial, mostrando quão diversa ela realmente era. Indico como uma alternativa de ação, drama e enredo histórico para um final de semana ou entretenimento com fundo educativo. Afinal, parafraseando o próprio Tenente Coronel Felix Sparks: “Diga-nos quem estava lá que nunca aconteceu”.