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Crítica | The Midnight Gospel

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Loucuras, fantasia, tecnologia, viagens psicodélicas e reflexões extremamente profundas sobre assuntos que vão desde zumbis, magia, religião, amor e morte. Parece inusitado e estranho de se assimilar um contexto legal para tudo isso, mas The Midnight Gospel não só consegue, como se torna uma das melhores séries do ano, tratando todo tipo de assunto de forma profunda, em muitas vezes tocantes, de um jeito leve – e muito louco – mas compreensível e revigorante!

Desenvolvida por Pendleton Ward (criador de Hora de Aventura) e Duncan Trussell, a série de oito episódios têm como inspiração o podcast de Trussell, chamado Duncan Trussell Family Hour, onde ele entrevista pessoas que podem falar com propriedade sobre os assuntos abordados e que são retratadas na animação.

Mas quando você lê que a animação é feita pelo criador de Hora da Aventura, famosa animação infantil, imagina que ela não deve agradar tanto. Se engana. Se você é fã de Rick And Morty vai entender muito sobre ela, mesmo que a ideia seja muito contrária. Assim como a animação da Adult Swin, The Midnigth Gospel é só para maiores, mas não por cenas chocantes, e sim pelos diálogos profundos demais inclusive para muitos adultos. Sua geometria criacionista psicodélica, onde QUASE nada faz sentido no desenrolar dos episódios, a não ser os diálogos em si, envoltos num misto de futurismo com uma conexão interplanetária, que nos dá visões tão novas sobre a vida – e morte – e vários assuntos ao seu entorno, que sim, é preciso respirar muito no final de cada parte para se iniciar a outra.

Cada episódio, como dito, retrata um entrevistado do podcast de Trussel. Entre eles estão por exemplo Trudy Goodman psicoterapeuta com PhD e professora de meditação; Damien Echols presidiário condenado à pena de morte com mais dois amigos em 1994 e Deneen Fendig mãe do próprio Duncan Trussell, que morreu em 2013.

Outra coisa maravilhosa da série é a arte criacional de cada episódio. Os mundos, as cores, as ações e tudo que ocorre ao mesmo tempo foi milimetricamente pensado para interagir com a conversa dos personagens, fazendo a gente esquecer muitas vezes qual era o início do episódio, até o final dele concluir tudo perfeitamente.

É importante abrir sua mente – no sentido de dar chance a cada episódio – e chegar até o final. Não existe uma linha reta que conecta o início ao fim, e são os – vários – desvaneios no caminho que fazem tudo ser tão cativante. E mesmo que você não se agrade da série em si nos episódios iniciais, eu pediria a todos neste caso, para ver apenas o episódio final, intitulado “Como eu Nasci“. No momento atual em nosso mundo, ele é essencial para lembrarmos mais de nós mesmos, e é muito, muito emocionante.

The Midnigth Gospel é uma muito grata surpresa que vale a pena cada segundo viajado na série, que não parece fazer sentido algum, e por isso faz todo sentido!

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