qua, 15 janeiro 2025

Crítica | The Moon: Sobrevivente

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            Filmes de desastre raramente apresentam um enredo sério. Geralmente, são repletos de efeitos especiais incríveis, sons altos e pessoas correndo para salvar suas vidas. Um bom roteiro costuma ser a última coisa na mente dos cineastas. No entanto, o mais recente filme do diretor sul-coreano Kim Young-hwa desafia essa tendência, ao combinar visuais impressionantes com um roteiro mordaz que faz uma forte declaração política.

            Na verdade, chamar “The Moon” de um filme-catástrofe decente seria um eufemismo, pois esta é uma verdadeira obra-prima, talvez até um dos melhores filmes do gênero na última década.

            Ambientado em um futuro próximo, o filme narra os acontecimentos da segunda missão espacial tripulada da Coreia do Sul. Cinco anos antes, a primeira expedição terminou em desastre. Sob a supervisão do então diretor da missão espacial, Kim Jae-guk (Sol Kyung-gu), a primeira missão explode, resultando na morte de todos a bordo.

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            A segunda missão começa sem incidentes, mas tudo muda quando um forte vento solar causa um desastre chocante. Dois membros da tripulação morrem, deixando apenas um astronauta, Hwang Sun-woo (Doh Kyung-soo da banda de K-Pop Exo), para completar a missão e se defender sozinho. Isso é especialmente problemático, pois ele não tem experiência suficiente para manter o ônibus espacial funcionando.

            Enquanto Sun-woo luta para manter a missão nos trilhos e retornar à Terra, a equipe do Centro Espacial Naro trabalha arduamente para convencer Kim Jae-guk a reassumir seu antigo papel, mesmo sabendo sobre seu estresse pós-traumático. Ao mesmo tempo que, tentam persuadir a NASA a ajudá-los, um esforço que parece inútil, já que a Agência Americana já havia alertado a Coreia do Sul que suspendesse novas tentativas de missões espaciais.

            O longa, praticamente, divide seu enredo em duas frentes. Primeiro, tem toda a ação ambientada no espaço. Há viagens espaciais catastróficas, a tensão de Sun-woo decidindo continuar sua jornada e as trilhas na lua. Em seguida, surge a chuva de meteoros, que impulsiona o filme para uma ação exagerada e destaca as habilidades do diretor Kim Young-hwa na criação de filmes de ação.

            Depois, tem toda a ação ambientada na Terra. É aqui que a força do roteiro de Young-hwa se destaca. Ele aborda não apenas a história de um homem sofrendo de estresse pós-traumático tentando reconstruir sua vida, mas também as ramificações políticas do que aconteceu. O filme mostra altos funcionários preocupados com as consequências políticas do desastre, explora o relacionamento entre Naro e a NASA, e até questiona por que a NASA sente que tem o poder de ditar os rumos dos programas espaciais de outros países. Não é difícil ver o paralelo entre isso e a maneira como o governo americano se comporta em relação a outras nações.

            Frequentemente, filmes desse gênero evitam temas sérios e dependem apenas das sequências de ação para funcionar. Porém, em “The Moon”, é realmente o roteiro brilhante combinado com a ação que o torna um filme excepcional. Incluir a chefe da NASA como uma ex-funcionária de Naro e ex-companheira de Kim Jae-guk adiciona um nível dramático totalmente novo ao filme, funcionando incrivelmente bem.

            O roteiro incrível também proporciona atuações excepcionais. Sol Kyung-gu está esplêndido como o emocionalmente destruído Kim Jae-guk. Doh Kyung-soo impressiona nas sequências de ação na lua e exibe um lado dramático quando necessário. Outra atuação poderosa é de Kim Hee-ae, que interpreta a chefe da NASA, dividida por conflitos internos, em uma performance digna de Oscar.

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            A única fraqueza do filme é que ele tenta abarcar muitos elementos em seu enredo no espaço. Embora as reviravoltas na trama certamente aumentem o suspense, há uma forte sensação de que muitos desastres diferentes parecem cair sobre Seon-woo, quando, realisticamente, o vento solar e a chuva de meteoros seriam mais do que suficientes.

            Em resumo, “The Moon: Sobrevivente” é o filme que muitos esperavam que “Gravidade” de 2013 fosse, mas nunca chegou a ser. Não é apenas um dos melhores do ano, mas também uma obra competente no gênero de filmes de desastre. Não é o tipo de filme que normalmente vemos da Coreia do Sul, então foi revigorante assistir a algo diferente.

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