sex, 25 outubro 2024

Crítica | Tinnitus

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Encarar a realidade de que um sonho ou objetivo não é mais possível é difícil e exaustivo, a dor e sentimento de impotência são coisas fáceis de se reconhecer e se identificar. Esse é um dos temas de Tinnitus, filme brasileiro dirigido por Gregorio Graziosi, onde seguimos a jornada de Marina, vivida por Jean de Verona, que sofreu um súbito ataque de zumbido, que a remove de sua vida de mergulho sincronizado. 

Como o próprio título da obra fala, a trama gira em torno de Marina e seu Tinnitus, que é um zumbido em um dos ouvidos que varia entre constante ou recorrente. A personagem até mesmo descreve como um grilo dentro da sua orelha. Marina e sua parceira Luisa, vivida por Indira Nascimento, são consideradas candidatas a medalhas olímpicas para o Brasil, porém o zumbido a impede de concorrer.

Um ponto impressionante e estiloso do filme é em sua mixagem de som. Talvez seja mais claro se a obra for assistida em uma sala de cinema, mas ao longo do filme o espectador consegue experienciar o zumbido de maneira áspera, arranhando nossos ouvidos como o som de pequenas criaturas, o zumbido dos ventiladores atrás das saídas de ar. Assim, a experiência de aflição vai em encontro com a da personagem que está vivenciando tudo. 

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Ao longo do filme, Marina sucumbe a uma obsessão para conseguir sua vida de volta. Existe na personagem um certo ódio por seu próprio corpo não ser capaz de contornar a situação em que ela se encontra. Muitos momentos ela pensa que se pudesse apenas extrair algo de sua orelha ou destruí-la, sua vida voltaria aos conformes. 

Apesar da trama ser centrada de maneira profunda em Marina, muitos dos outros personagens acabam não tendo o mesmo tratamento ou cuidado nos seus papéis. Luisa assume um papel meio antagônico para a protagonista mas nunca parece ser sincero suas motivações. A personagem soa amarga e mal-humorada, nunca demonstrando nada genuíno.

No fim, Tinnitus é um filme estiloso e elegante que traz como elemento mais interessante a jornada de Marina e sua relação com um corpo que ela considera estar falhando, buscando de forma obsessiva o retorno a sua vida de mergulhos. Em compensação o resto da trama soa raso e demonstra uma ingenuidade que entra em contraste com a substância profunda que temos com a protagonista.

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