qui, 27 junho 2024

Crítica | Tô de Graça – O Filme

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Após o término da famosa sitcom da Multishow, Rodrigo Sant’Anna retorna como Dona Graça e com todos os seus diversos filhos para mais uma aventura. Com muito carinho com os fãs, a série durou seis temporadas. No filme, Dona Graça (interpretada por Rodrigo Sant’Anna) e seus vários filhos decidem viajar para Búzios após a família receber uma enorme indenização. Neste contexto, há a formatura de Briti (Isabelle Marques) que preocupa ela e deixa a família empolgada.

Desde o começo do filme, não há preocupação alguma em fazer uma construção mais adequada. Se a produção vai buscar momentos mais rápidos, com diálogos acelerados e sem querer elaborar as relações durante esses momentos, então os momentos de construção são muito mais relevantes, pois é ali que a parte emocional e a empatia com os personagens será gerada. Um momento bem feito no próprio filme é uma conversa entre alguns filhos com Briti, que está preocupada com sua formatura. É um momento rápido, uma conversa bem simples e com nada de extravagante na montagem, fotografia ou na trilha sonora, mas muito relevante para essa questão mais emocional. Da mesma forma da passagem em que Briti mostra um presente que recebeu para sua mãe e há um diálogo mais impactante. Mas o diretor não está interessado e isso dura só alguns segundos e fica como um momento isolado. É como se estivesse no canto inferior da tela um relógio e a produção precisa urgentemente fazer tudo o que precisa antes de acabar o tempo.

O filme não faz uso da crítica social, mesmo que busque o tempo todo tentando usá-la. O maior momento é com Sara, que é realmente o ponto alto do filme por ter esse leque de possibilidades e cenas possíveis para diversos caminhos diferentes, porém a produção não enxergou o potencial que a personagem e essas situações trariam para o desenvolvimento da obra e apenas a restringe à cenas rápidas ou mal construídas, como na cena em que ela conhece seus sogros. Ainda sobre a crítica social, no máximo há um momento na praia em que um dos filhos, Maico, é chamado por uma desconhecida para passar o bronzeador. Um momento com muito potencial para maiores piadas junto com críticas sociais, e até para dar espaço na história para outros filhos se destacarem,  mas nada é feito. Uma outra filha chega perto da situação e começa novamente uma sequência de piadas desconexas. 

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Créditos: Paris Filmes/Globo Filmes

Com toda essa pressa citada, me leva a crer que o diretor tentou aproveitar o ritmo da série, mas ignorou completamente o mísero detalhe que cinema e TV possuem formatos, públicos e ritmos diferentes. Uma discussão já muito conhecida especialmente em filmes que se baseiam em livros ou jogos, mas há também com qualquer formato. É importante ressaltar que não há problema em realizar uma adaptação de uma arte para outra, contanto que o autor saiba respeitar suas específicas condições.

A melhor parte do filme são as relações entre os filhos, pois são bastante superficiais e rápidas, nada que precise mais de 2 minutos de tela e as piadas mais rápidas funcionam mais. Porém, esses momentos são sempre interrompidos ou duram pouco tempo. A resolução da história é neste mesmo problema com todo o drama sobre o vestido de Briti sendo solucionado em uma cena de segundos e ficando apenas por isso. 

Seguindo a mesma linha que já estamos acostumados do cinema contemporâneo de grande rede, ‘Tô de Graça’ busca até uma reflexão maior em volta de críticas sociais em meio a piadas rápidas, mas acaba caindo nos mesmos problemas que vemos em outras produções do gênero e da produtora.

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