dom, 22 dezembro 2024

Crítica | Top Gun: Maverick

Publicidade

Seguindo essa nova linha Hollywoodiana em trazer de volta clássicos que marcaram sua época, chegou a vez de Top Gun. Em uma espécie de Reboot/ continuação, Tom Cruise responsável por criar sua assinatura ao longo dos últimos anos, obviamente não cederia a alguns vícios dos estúdios nesse tipo de resgate cinematográfico(substituir o elenco original/deixá-los como secundários), aqui, o ator traz de volta essa convenção criada pelo original, com alguns retoques dramáticos, detalhes que eram pontos negativos do filme original. Uma verdadeira resposta de Tom Cruise para os atuais Blockbusters, o cinema de ação em sua melhor forma.

Depois de mais de 30 anos servindo a marinha como um dos maiores pilotos de caça, Pete “Maverick” Mitchell continua na ativa, se recusando a subir de patente e deixar de fazer o que mais gosta, que é voar. Enquanto ele treina um grupo de pilotos em formação para uma missão especial que nenhum “Top Gun” em vida jamais participou, ele encontra Bradley Bradshaw, que tem o apelido de “Rooster”, o filho do falecido amigo de Maverick, o oficial Nick Bradshaw, conhecido como “Goose”. Enfrentando um futuro incerto e lidando com fantasmas de seu passado, Maverick confronta seus medos mais profundos em uma missão que exige sacrifícios extremos daqueles que serão escolhidos para executá-la.

Não é surpresa o casamento perfeito entre Tom Cruise e seu personagem fictício Pete “Maverick” Mitchell, ambos com uma certa idade avançada e constantemente desafiando a todos, seja Maverick com seus superiores, e Cruise com seu próprio público, de filme em filme provando que ainda é bom no que faz. A frase desse filme: “ Não é o jato, é o piloto” exemplifica a figura do ator perfeitamente, suas constantes exigências de não usar dublês, tanto que aprendeu a pilotar na vida real, e realizou muitas de suas próprias cenas de acrobacia, praticamente dobrando o grau de realismo em relação ao filme anterior.

Publicidade

A nostalgia é algo obviamente presente no longa, não diferente, seu início é quase exatamente idêntico ao original, como se fosse um charme para preparar seu público na explosão de nostalgia. Tudo está aqui, desde a jaqueta, moto, música, bar. É como se nada tivesse mudado, mas mudou, não? A justificativa para Top Gun Maverick ser superior ao original é seu amadurecimento narrativo, óbvio que isso não é o destaque do filme, mas ele constrói um pano de fundo para justificar o retorno do personagem, e traz feridas antigas de acontecimentos envolvendo Maverick. Isso é muito bem representado na cena envolvendo o reencontro de Pete e “Iceman”, vivido por Val Kilmer (devido ao câncer perdeu a capacidade de falar com clareza), é muita emoção envolvida nessa cena, dois antigos rivais, que ao final do original criou-se um respeito mútuo entre os dois. Enquanto um seguiu a carreira e foi subindo de patente, o personagem de Tom Cruise jamais quis abandonar seu posto de piloto, a frase: “Eu sinto a necessidade. A necessidade de velocidade!” retorna novamente, mas não é  falada em momento nenhum na obra, apenas representada.

Tom Cruise plays Capt. Pete “Maverick” Mitchell in Top Gun: Maverick from Paramount Pictures, Skydance and Jerry Bruckheimer Films.

Toda a magnitude do filme é sentida na parte técnica, as cenas de voo são simplesmente geniais, a escolha de inserir uma câmera no cockpit dos jatos aumenta demais a imersão apresentada pelo diretor Joseph Kosinski. Você se acaba percebendo afundado na tensas cenas, desde o treinamento até a missão final dada para os pilotos, a tecnologia IMAX consegue dobrar o sentimento passado pelos atores, desde cada acelerada, curva e giro. Nessa revisitada é possível sentir pequenos detalhes que deixam o filme um pouco longe do perfeito, desde o segundo ato um pouco arrastado e o mal aproveitamento do personagem Hangman, uma espécie de “Iceman” da nova geração, ele tem apenas um pequeno destaque no salvamento final. Mas isso não causa incômodo, devido a brilhante fotografia, design de som e mixagem, cada turbo de jato era sentido na sala inteira, é um casamento perfeito.

Top Gun Maverick é uma das melhores experiências cinematográficas de 2022, com muito mérito para a parte técnica e o trabalho fenomenal de Tom Cruise, uma das jóias de Hollywood. Esse filme é uma desculpa obrigatória do porque o cinema nunca pode deixar de existir, o longa consegue captar os fãs da franquia, mas também os entusiastas de um bom filme de ação. Um dos poucos casos de filme que supera seu original, Maverick está mais vivo que nunca, e o cinema está pronto para revisita-lo.

Publicidade

Publicidade

Destaque

Crítica | Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa

A Turma da Mônica, criada por Maurício de Sousa...

Crítica | Bagagem de Risco

Em Bagagem de Risco, Ethan Kopek (Taron Egerton), um...

Interpretada por Angelina Jolie, saiba quem foi Maria Callas

MARIA CALLAS é o novo filme do diretor chileno...
Seguindo essa nova linha Hollywoodiana em trazer de volta clássicos que marcaram sua época, chegou a vez de Top Gun. Em uma espécie de Reboot/ continuação, Tom Cruise responsável por criar sua assinatura ao longo dos últimos anos, obviamente não cederia a alguns vícios...Crítica | Top Gun: Maverick