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    Crítica | Triângulo da Tristeza

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    Indicado ao Oscar em três categorias, sendo elas “Melhor filme”, “Melhor Direção” e “Melhor Roteiro Original”, Triângulo da Tristeza dá o nome e mostra para o que veio, mostrando de forma simples e original uma das melhores obras apresentadas nos últimos anos.

    A história dividida em três partes conta a história de Carl (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean), um casal de modelos e influencers que ganham passagens para viajar num cruzeiro repleto de milionários. Após uma noite caótica, a embarcação é vítima de um ataque e naufraga, deixando seus poucos sobreviventes em uma ilha deserta.

    O primeiro ponto de destaque é o roteiro prodigioso que de forma honrosa adiciona doses ácidas de humor ao drama natural da narrativa. O filme proporciona ao espectador a dádiva de se deliciar com boas risadas durante todo o tempo de tela, e ainda sem forçar ou apelar para que isso seja o aspecto mais forte. A história principal é então valorizada o tempo todo. O melhor ponto do humor do filme é sua capacidade de ser complexo e tão simplório de maneira simultânea. São feitas muitas piadas e referências envolvendo livros famosos, filósofos, pensadores, mas as piadas são feitas de forma que qualquer um pode entendê-las sem quebrar a cabeça, tornando o tom leve e sem mais travas.

    O roteiro em seu geral é extremamente inteligente, começando focando na vida de Carl e Yaya e se expandindo para questões muito maiores como as diferenças de classes e até transitando sobre conceitos mais profundos como o comunismo. A cada personagem que é desenvolvido, um novo tema é aprofundado de uma forma diferente e mais intrigante.

    O desenvolvimento dos personagens é feito de maneira profunda até mesmo quando não se trata dos personagens principais. Cada personagem com sua individualidade tem aspectos a serem aprofundados que são trabalhados durante a narrativa.

    A direção do filme é impecável, e não foi indicada ao Oscar por motivos menores. Em uma das cenas no cruzeiro, durante a tempestade, o trabalho de câmera faz quase com que o espectador se sinta enjoado juntamente com os tripulantes. Não de forma menos incrível, ela é tratada durante todo o filme em conjunto com a direção de arte, tornando uma atmosfera bonita, tropical e leve.

    A cereja do bolo, que pode dividir muitas opiniões, é o final em aberto. Se você espera uma história com início, meio e fim fechados, talvez este filme não seja para você. Mas o que o torna mais especial é não precisar de um final para concluir com sua linha de raciocínio.

    O filme não é perfeito, alguns aspectos o tornam um pouco massante, algumas cenas são um pouco arrastadas, e é em um geral um filme longo que poderia ser menor e com mais conteúdo, mas o filme se aproxima muito de um ideal.

    “Triângulo da Tristeza” estreia dia 9 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

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