Em 2016, estreou nos cinemas uma fofa e divertida aventura chamada Trolls. O filme contou a história de Poppy, a líder otimista dos trolls, e Branch, o seu oposto, que embarcam em uma aventura para salvar os amigos capturados por monstros infelizes que querem se alimentar deles para ficarem… Felizes. Sucesso de bilheteria, indicação ao Oscar e adivinha? Isso mesmo: sequência garantida! Estamos aqui para falar sobre Trolls: World Tour. A sequência, devido a pandemia, tornou-se a maior estréia para um lançamento digital da história. O filme foi lançado em video on demand (VoD) e recentemente em alguns cinemas drive-in do país.
A nova aventura inicia alguns momentos após a primeira e mostra a rainha Poppy (Anna Kendrick) e Branch (Justin Timberlake) fazendo uma descoberta surpreendente: Há outros mundos Troll além do seu. Quando uma ameaça misteriosa coloca todos os Trolls do país em perigo, Poppy, Branch e seu grupo de amigos devem embarcar em uma jornada épica para criar harmonia entre os Trolls rivais e uní-los contra um mal maior. A mistura de cores e texturas desta nova aventura surpreende e dá aos olhos uma sensação de realismo fora do comum. Além disso, o longa ainda ousa e coloca na história outros estilos de animação, para efeito de flash back, que engrandece ainda mais o longa e a qualidade técnica da Dreamworks, que não deixa a desejar em nada quando comparada com outros estúdio de animação. Neste quesito Trolls 2 é impecável e superior a primeira aventura! Porém nem tudo são flores e o longa peca em outras áreas importantes.
Enquanto arrasa na parte técnica, o longa falha em outras áreas. O roteiro propõem caricaturas para descrever os seis gêneros musicais distintos e seus representantes, mesmo o visual dos tecnostrolls sendo muito criativo, os demais designs são bem batidos. Até os ensinamentos morais e a escolha do “vilão” para o filme são pouco inventivos. A escolha do Rock como antagonista beira quase ao preconceito, rock = maldade. Sério?! As canções são boas e divertem, mas pouco agregam a trama. As canções modificadas pontualmente aqui e ali soam mais como uma playlist de sucessos aleatórios do que com algo escolhido pra transmitir alguma mensagem bem definida. O filme também perde a chance de explorar este recém descoberto universo. Dos cinco novos locais apenas dois são detalhados. O que é uma pena, mas isso se justifica pela pressa em contar a história (o filme possui apenas 80 min de duração) e a trama ocorre de modo bem acelerado, o que torna a história dinâmica, mas faz com que o longa não tenha tempo para “perder” com detalhes extras. As piadas em sua maioria possuem um timming cômico bom e funcionam, sendo bem bobinhas e inofensivas. O longa ainda aposta em algumas gags visuais que irão divertir os mais velhos.
Trolls: World Tour é um longa fofo, divertido e feito sob encomenda para os pequenos. Tecnicamente perfeito, essa sequência falha justamente nos maiores acertos do primeiro filme: mensagem e especialmente nas canções. Mas não são falhas graves. Se Trolls 2 fosse uma canção ela estaria no Top 10 das mais pedidas, porém estaria longe de se tornar um clássico.