Parece que o principal problema de Tudo que Imaginamos como Luz é uma falta de conexão da história com seu telespectador. É claro que a narrativa voltada para uma sociedade machista, que não dá seu devido valor as mulheres é talvez de fácil acesso para atrair o público, porém não é o caso aqui. A diretora não traz uma jornada interessante com suas protagonistas.
A Enfermeira Prabha (Kani Kusruti), de Mumbai, usa do seu trabalho como uma máscara para esconder as feridas do passado, até que sua rotina fica conturbada quando ela recebe um presente do seu ex-marido, o que a obriga relembrar memórias dolorosas.
As duas personagens são interessantes, por um lado temos uma moça cheia de expectativas com um possível romance e como irá conciliar isso com sua vida agitada. Por outro, temos alguém machucada pelo passado, sem notícias de seu marido (ou ex ?) que foi morar na Alemanha. Vamos acompanhar esses dois problemas das protagonistas impactando uma na outra, então, observamos desde uma possível inveja até conselhos de uma para a outra.
Mas a falta de conexão se dá nos caminhos que a diretora vai traçar com elas. É bastante entediante ou até mesmo pouco criativo, apesar da comparável semelhança com a realidade. Quando chega na reta final da parte da praia, com uma mistura de metáfora/lúdico, não parece impressionar. Ele mais tira do que acrescenta com suas histórias.
E mesmo com um rico visual, o caos das cidades de Mumbai, a correria do trabalho, não salva de uma cansativa narrativa. É interessante sairmos do lado famoso do cinema indiano, o musical e cinema de ação, para focar em algo mais sério e realista, porém o apresentado aqui é cansativo.