dom, 17 agosto 2025

Crítica | Um Dia Daqueles

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Duas melhores amigas que moram juntas enfrentam um dos piores dias de suas vidas, daqueles em que tudo que poderia dar errado, dá. A dupla passa por percalços ocasionados por uma mistura de má sorte com decisões impensadas, obrigando-as a encontrarem soluções criativas para não correrem o risco de perderem sua moradia e até mesmo suas vidas.

Dreux – vivida por Keke Palmer (Não! Não Olhe!) – é uma jovem obstinada, que trabalha duro para tentar ter uma vida melhor, inclusive durante os turnos da noite. A garota está apostando todas suas fichas em uma entrevista de emprego que poderá mudar sua realidade e de sua amiga, Alyssa – interpretada pela cantora SZA -, que, ao contrário de Dreux, é cabeça quente, age sem pensar, vivendo a vida de forma descontraída e sem muitos planejamentos e confiando nas energias positivas que ela joga no universo.

É satisfatório acompanhar a dinâmica dessa dupla formada por amigas tão improváveis, de personalidades contrastante, mas com um vínculo de tanta parceria, seja pelas personalidades cativantes das personagens, seja pelo carisma das atrizes que as dão vida. As duas esbanjam charme e mesmo quando tomam as piores decisões imagináveis é fácil torcer por elas.

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O dia começa a dar errado quando Alyssa entrega o dinheiro do aluguel para seu namorado – que vive de penetra na casa das duas, sem contribuir com financeiramente, nem com tarefas domésticas e, ainda bagunça o ambiente – e ele some com o dinheiro ao invés de entregá-lo ao dono do imóvel, fazendo com que as meninas precisem encontrar uma forma de levantar o valor do aluguel antes das 18h, sob o risco de serem expulsas pelo locatário e ficarem na rua.

É aí que elas se colocam em uma jornada de desventuras, andando pela cidade na tentativa de encontrar o namorado de Alyssa e recuperar o dinheiro roubado ou dar algum outro jeito de conseguir os 1.500 dólares devidos.

A partir disso, o diretor coloca as duas em todos os tipos de situações tragicômicas. As piadas nem sempre – na verdade, quase nunca – funcionam tão bem assim, mas como havia dito acima, as protagonistas conseguem facilmente ganhar a simpatia do público, se aliar com elas é quase inevitável, então ainda que as situações cômicas não sejam assim tão engraçadas, permanecemos engajados com a obra, graças à dupla principal.

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Além das ótimas interpretes serem cheias de personalidade, suas histórias são críveis, suas lutas são compreensíveis, tudo isso facilita nossa empatia por elas. A despeito do tom cômico do filme, a possibilidade de que as duas fiquem desabrigadas é assustadora e reflete uma triste realidade.

Infelizmente, o próprio filme não parece confiar naquilo que era seu maior acerto e decide que precisaria escalar o problema, colocando a vida das duas em perigo ao ficarem na mira de um notório traficante, conhecido por ser violento. Como se o projeto precisasse dessa gravidade extra para que nos importássemos ainda mais com ela, sem perceber que isso acaba mais afastando do que aproximando.

Ainda assim, consegue encontrar soluções bastante inventivas para o emaranhado de problemas em que a dupla foi se colocando, mostrando como utilizam o melhor de suas habilidades para vencer as adversidades, sem que pareça um filme barato de superação, muito pelo contrário.   

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Raíssa Sanches
Raíssa Sancheshttp://estacaonerd.com
Formada em direito e apaixonada por cinema
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