A maior bilheteria argentina da história, ” Um Novio Para Mi Mujer” de 2008, do diretor Juan Tartutto conta com uma história inovadora e grande sucesso comercial inesperado, sendo evidente que os produtores venderiam os direitos de adaptação para diversos países, incluindo estes Espanha, México e Brasil.
Após oito anos do lançamento em terras Hermanas, chega aos cinemas nacionais o nosso remake, usando a trama do longa original, mas deixa o drama de lado e aposta exclusivamente na comédia.
Na história, Chico (Caco Ciocler) está casado com Nena (Ingrid Guimarães) há quinze anos, tempo suficiente para ela se tornar uma mulher amarga e chata, reclamando de todos os simples fatos da vida.
O relacionamento fica por um fio, e os amigos de Chico o induzem a tomar uma decisão inusitada: contratar um amante para sua mulher, o exótico sedutor Corvo (Domingos Montagner), para que ela se apaixone e resolva, ela mesma, acabar com o casamento.
A premissa é interessante, mas o filme cai no mesmo erro que outras comédias nacionais, não consegue evoluir narrativamente e cai no limbo comum. Algumas decisões dos personagens principais e mesmo dos secundários, são extremamente duvidosas. E o filme, mesmo que um remake que poderia revolucionar o gênero de comédias brasileiras, se perde em um senso comum enlatado.
A atuação de Ingrid Guimarães é certeira e provoca risos nos espectadores, talvez até emocionando alguns, como evidenciado na sessão prévia para a imprensa. Caco Ciocler já não está em seus melhores trabalhos, parece deslocado no meio de diversos comediantes. Domingos Montagner merece o destaque, construindo um personagem interessante e cheio de particularidades, que causa curiosidade e uma relação afetiva com o público.
A direção de Julia Rezende (‘Ponte Aérea‘) é um ponto a se destacar, contanto com inspiradas tomadas e uma ótima fotografia, dando um charme especial a maior cidade do país, São Paulo.
Aliás, São Paulo, que rotineiramente não é base de locação para comédias nacionais, se torna aqui um personagem constante no longa, sendo que os espectadores locais se depararão em diversos momentos com lugares que costumeiramente costumam transitar, sem dar muito valor ao ambiente.
O longa prova que o cinema nacional está evoluindo sim em termos técnicos e de atuação, mas ainda emperra no quesito roteiro e narrativa.
Confiram.