dom, 5 maio 2024

Crítica | Ursinho Pooh 2: Sangue e Mel

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Quem diria que estaríamos presenciando a concepção de um universo trash de um filme de terror do Ursinho Pooh. Recentemente obras famosas estão caindo em domínio público, e diversos cineastas estão aproveitando para criarem suas novas interpretações sobre os icônicos personagens da cultura. O cidadão Rhys Frake-Waterfield talvez tenha ganhado o maior destaque em meio tantos, justamente por estar construindo um controverso universo, à lá Marvel Studios, com direito a filmes solos e um Monsters Assemble futuramente. Após o “icônico” primeiro filme, temos o lançamento de sua continuação, prometida com mais orçamento e mais violência.


Em uma cidade assombrada por um passado sangrento, Christopher Robin luta para superar os traumas deixados pelos terríveis assassinatos na floresta. Enquanto a cidade o culpa pelas mortes, Ursinho Pooh e seus aliados tramam uma vingança terrível, desencadeando uma nova onda de crimes brutais.


E por mais inacreditável que posso parecer dizer isso, Ursinho Pooh 2: Sangue e Mel melhora consideravelmente as coisas em relação ao seu anterior. Não que seja um enorme elogio, o filme basicamente troca os atores, melhora o visual dos monstros e constrói alguma lógica para sua história apresentada. Se antes os atores eram escolhas lamentáveis e beirando a vergonha alheia, agora, é possível tirar algum traço de personalidade e mínimo afeto com o Christopher Robin. E a melhora do visual dos monstros e também sua adição com falas traz um carisma que anteriormente era nulo.

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Divulgação


O diretor propõe até mesmo um Retcon com sua história de origem apresentada no longo anterior. Isso tudo para construir um universo mais “autoral” em relação a sua construção de universos dos monstros. E funcionaria bem se o cineasta não insistisse em levar seu filme a sério demais em diversos momentos. É uma mistura de falta de talento e criatividade nas cenas de horror e um esquecimento quanto o potencial trash que está franquia é capaz de ter. A narrativa se perde demais se explicando e esquecendo o real valor que o filme apresenta ao exibir cenas divertidas, como ao presenciamos o Tigrão matando infinitos jovens em uma festa.

É evidente esse problema no terceiro ato, onde um possível embate entre a figura do Christopher Robin e seus antigos amigos é postergado para um já confirmado terceiro longa. Diversas situações criadas são ou mal resolvidas ou adiadas para um futuro filme. Não que uma exigência tenha que ser cobrada nesse tipo de filme, mas o potencial desperdiçado é visível. O caos demonstrado com a cidade, essa dúvida de existência dos monstros ou não, parecido com o que “Halloween” já fez, é até interessante de observar, porém é rapidamente esquecida com sua eventual conclusão.


Se antes Ursinho Pooh era horrível, esse é apenas ruim mesmo. Ele apresenta melhoras consideráveis com seu anterior, porém não demonstra um tesão com o terror trash tão requisitado por muitos. É possível tirar uma diversão em meio as atuações canastronas do Coruja e Tigrão, e uma quantidade considerável de cabeças sendo explodidas, mas num geral é cercado pelo tédio falta de criatividade ao exercer seu terror.

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