seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Ursinho Pooh: Sangue e Mel

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Em Ursinho Pooh: Sangue e Mel (Winnie The Pooh: Blood and Honey), após Christopher Robin crescer e deixar os amigos híbridos do Bosque dos Cem Acres para ir para a faculdade, Ursinho Pooh e Leitão enlouquecem e juram vingança contra os seres humanos, partindo para uma caçada sangrenta em busca de uma nova fonte de comida.

Com mais de 100 anos de existência, Ursinho Pooh e os demais habitantes do Bosque dos Cem Acres, icônicos personagens infantis criados por A.A. Milne que se eternizaram nos livros e nas animações da Disney, passaram para o domínio público, assim como várias histórias conhecidas que aquecem a memória afetiva de nossas infâncias, como Peter Pan, Bambi, entre outras. Com um considerável número de produções que mostram a doce amizade entre o ursinho guloso e o garoto Christopher Robin, era bem-vinda uma abordagem mais ousada da obra, ou até mesmo uma releitura mostrando um lado mais obscuro dos contos da carochinha. Então, por que não transformar o Ursinho Pooh em um sádico serial killer de filmes de terror slasher?

Sem grandes delongas, a não ser pelo pretexto consideravelmente criativo e bem contado, que antecede a obra e seus grotescos acontecimentos no melhor estilo de literatura infantil, Ursinho Pooh: Sangue e Mel (Winnie The Pooh: Blood and Honey) se reconhece como um slasher desde o primeiro momento e tenta fazer bom uso do vasto material que tem em mãos. Porém, o filme tarda a aproveitar simplesmente o básico, como a forma híbrida de seus antagonistas principais, que poderia ter rendido algo mais caricato, puxando para um sadismo cômico característico em obras de terror B, mas se conforma em apenas surtir um efeito bizarro, sem ter forças suficientes para assustar.

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Foto: Reprodução

Mesmo com um pífio orçamento de US$ 100 mil, Ursinho Pooh: Sangue e Mel não foi inteligente ao transformar uma produção barata em algo criativo, acumulando mortes genéricas, pouca iluminação que impossibilita o público de saber o que está acontecendo, uma sofrível sequência de ação em um veículo em movimento, além das máscaras de Pooh e Leitão que contam somente com uma expressão aterradora. Reduzindo o número exagerado de personagens inúteis do longa, o diretor, roteirista e produtor Rhys Frake-Waterfield teria entregado um slasher divertido que fizesse jus às obras dos anos 80 que deram origem ao subgênero, e não uma obra considerada “mais do mesmo”, sem elementos que chamassem atenção ou que, simplesmente, gerassem entretenimento.

Ursinho Pooh: Sangue e Mel ostenta de personagens cuja a inutilidade beira ao ridículo. Com nomes desconhecidos no elenco, como Craig David Dowsett (Pooh), Nikolai Leon (Christopher Robin), Chris Cordell (Leitão), Amber Doig-Throne (Alice), Maria Taylor (Maria), Natasha Rose Mills (Jéssica), entre outros, os únicos que conseguem convencer, mesmo com atuações questionáveis, são Leon e Taylor.

Desprovido de roteiro, que simplesmente descreve um contexto interessante mas ignora uma essência com um notável potencial, recheado de clichês de filmes de terror e recursos técnicos que extrapolam o amadorismo, Ursinho Pooh: Sangue e Mel não diverte, pouco impressiona com sua violência gráfica já vista em produções melhores do gênero e precisa convencer bastante o público na sua já confirmada sequência. Por outro lado, o sangue e o mel aparecem em larga escala, ainda mais em raras cenas e que o terror repulsivo se faz presente.

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