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    Crítica | Vai Dar Nada

    Paramount+/ Divulgação
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    Estreia nesta quarta no streaming do Paramount+, Vai Dar Nada, comédia nacional dirigida por Jorge Furtado (O Homem que Copiava). A produção que tem roteiro de Guel Arraes, conta a história de Kelson (Cauê Campos), um jovem ladrão de carros e motos que usa a sua motocicleta para escapar da polícia e conquistar seu amor, Neide (Fernanda Teixeira). O problema é que, para escapar de tantas perseguições, ele precisa de uma moto mais potente. Ao conseguir isso, o jovem se mete em mais encrencas.

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    O roteiro escrito por Furtado em parceria com Guel Arraes (O Auto da Compadecida) é ágil e cria diversos diálogos ácidos que ridicularizam certos aspectos sócio-políticos como DPVAT, a polícia e outras questões políticas bastante atuais. Ao fazer isso, o roteiro consegue abordar situações com bastante humor, sem deixar de fazer críticas eloquentes. As situações apresentadas no texto, quase tornam o sistema um dos vilão da trama. Mesmo que diversos personagens na trama façam coisas erradas para sobreviver, a trama não romantiza as ações dos personagens, mas também não as condena. Os personagens principais usam a malandragem como alicerce principal para conquistar o público. O início do filme usa uma narrativa que se assemelha muito a abordagem feita na TV de esquetes para contar sua história, algo que funciona no início pois assim temos a apresentação dos personagens principais e de seus arcos de modo rápido. Porém com o passar do tempo, as tramas e subtramas apresentadas começam a se misturar e acumular, algo que faz a trama se perder e a resolução para tantos problemas no fim soa forçada e nada crível.

    A mistura de sotaques e a falta de uma definição estética do local onde a trama acontece, torna o filme em algo onipresente à realidade nacional. Com isso o filme dialoga e se encaixa como uma luva em diversos locais do país, funcionando bem como um retrato do que acontece em diversas comunidades carentes do país. A direção de Furtado da espaço para o elenco brilhar e todos eles tem seus momentos de destaque. Rafael Infante (Divã a 2) é um vilão exagerado, mas extremamente divertido de se ver em ação. Jéssica Barbosa cria uma personagem batalhadora, correta e para lá de apaixonante. Já Cauê Campos (D.P.A – O Filme) cria um personagem que usa de sua malandragem para sair das confusões que ele acaba caindo. O carisma do ator é gigante, sendo ele o fio condutor das diversas desventuras que vemos na trama. É uma pena apenas que ele não seja o enfoque do filme. Como já dito, temos tantas tramas paralelas que a produção se perde na sua mensagem. Talvez se esse enredo fosse aplicado em uma série o resultado final fosse melhor, pois ali haveria tempo para desenvolver tudo que o roteiro planejou. A montagem é ágil e faz a produção fluir de um núcleo para o outro com naturalidade e de modo agradável, na maioria das vezes.

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    Vai Dar Nada usa o bom humor e o seu elenco afiado para construir uma visão crítica sobre o Brasil que só não é melhor desenvolvida pela falta de foco que o filme tem. No fim o saldo é positivo, sendo impossível não se divertir com esses personagens.

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