seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Wolfs (FESTIVAL DE VENEZA)

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Brad Pitt e George Clooney – que conquistaram o mundo com o clássico Onze Homens e Um Segredo – repetem sua parceira no novo filme de Jon Watts, diretor que ganhou notoriedade após dirigir a mais recente trilogia do Homem Aranha. No filme, dois profissionais são chamados para ajudar uma figura poderosa a solucionar um problema. Ambos veteranos em seus ofícios, sentem-se ofendidos quando precisam trabalhar juntos e precisarão controlar seus egos, caso queiram obter bons resultados.

Wolfs é uma produção da AppleTv e realmente tem cara de filme straight to streaming, não porque seja ruim, apenas nada memorável. O longa até entretém quem está assistindo e é uma boa pedida para ver em casa com os amigos, dando risadas juntos. As piadas seguem à risca a mesma linha de humor da Marvel, mas os atores extremamente carismáticos, que possuem uma ótima química juntos, as tornam mais eficientes – principalmente quando fazem graça com sua velhice e a perda da destreza de outrora ou quando tentam conciliar seus métodos de trabalho. De fato, a interação entre eles é o que mais funciona e acaba carregando o projeto, de certa forma.

O longa não oferece nada de novo, todavia, apesar de genérico, é suficientemente divertido. Se por um lado não tem grandes acertos, tampouco tem tantos erros, até porque não toma riscos o suficiente para isso – o que é sempre lamentável, pois as vezes é melhor errar tentando acertar, do que sequer tentar fazer nada, contentando-se com a mediocridade. Jon Watts segue, em vários momentos, fórmulas prontas que funcionam em seus projetos para o MCU. No entanto, ao contrário de seus filmes do Homem Aranha, esse ao menos tem mais cores e um resquício mínimo – quase imperceptível – de personalidade.

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Seu enredo é uma bagunça imemorável, cheio de subtramas qualquer coisa e um vilão para lá de caricato. É difícil se importar com o que está acontecendo, a única coisa que mantém o público engajado é assistir essas duas figuronas do cinema, esbanjando charme, enquanto caçoam um do outro.

Competente naquilo que se propõe, o único problema é que não se propõe a quase nada, ou pelo menos, quase nada de inventivo. Precário em criatividade, precisa contar com a força de seus atores, tiradinhas batidas e sequências de ação formulaicas, Wolfs é esquecível, contudo não desagrada.

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Raíssa Sanches
Raíssa Sancheshttp://estacaonerd.com
Formada em direito e apaixonada por cinema
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