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    Crítica | Divaldo – O Mensageiro da Paz

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    Com mais de 200 obras publicadas e décadas devotadas à doutrina espírita, Divaldo Franco, médium mundialmente famoso, tem sua história contada no filme Divaldo – O mensageiro da paz, dirigido por Clovis Mello.

    Nascido em Feira de Santana (Bahia), desde criança já percebia que havia algo diferente ao seu redor, coisas que ainda não compreendia, que o assustava. E assim o filme nos é apresentado. De família religiosa, Divaldo teve que, bem cedo revelar seu dom, causando repulsa por parte das pessoas, ao mesmo tempo que aguçava a curiosidade delas. Clovis optou por narrar a vida do médium em três fases: infância (vivido por João Bravo), adolescência (Guilherme Lobo) e adulta (Bruno Garcia), transitando desde o medo do desconhecido até o descobrimento de seu dom e o sentido de sua vida.

    De início, o roteiro é apressado, bombardeando informações, com cortes rápidos e noção perdida de passagem de tempo. Apenas pontos relevantes da mediunidade de Di (apelido) são expostos, de forma bem barata, pulando para sua fase adolescente. Aqui, vemos um Divaldo ainda mais confuso, contudo, depois de uma perda próxima, um suposto milagre e um convite, toda sua vida mudaria para sempre. A direção prioriza sua fase juvenil visando explorar detalhes do roteiro, mesclados com a responsabilidade do trabalho espiritual que estava sendo feito e mostrando, de forma bem didática, problemas que normalmente acometem líderes, como a soberba, a ganância e a ambição.

    Neste momento, o roteiro apresenta intensas variações de ritmo, claramente percebidas por diálogos repetitivos do tipo “ei, me tira uma dúvida: você tá vendo alguém alí?”, presentes ao longo do filme. Aspectos e práticas espíritas são mostrados como uma passagem de tempo.

    Dois personagens (espíritos), que são apresentados ainda no primeiro ato, ganham uma peso maior na trama: uma mulher, que mais tarde se revela por Joanna de Ângelis (Regiane Alves, com uma interpretação simples, mas suficiente), sua guia espiritual e, o outro, um ser vingativo que o atormenta constantemente (Marcos Veras) e, mais tarde, ganha mais destaque, num dos pontos altos do filme. O ator Guilherme Lobo traz uma interpretação que vai evoluindo na medida em que o personagem vai crescendo psicologicamente mas, o destaque até então, fica por conta de Laila Garin, que nos emociona com sua interpretação de Dona Ana, um mulher forte e, ao mesmo tempo, insegura, por não entender o que acontece com seu filho e não entende como ajuda-lo. Em sua fase adulta, bem interpretada por Bruno Garcia, finda o destino do médium, expondo seu trabalho social, amplamente conhecido, ao mesmo tempo em que junta pontas soltas dos atos iniciais.

    Divaldo – O mensageiro da paz é uma cinebiografia que deve ser vista por todos, pondo religião de lado e abrindo mente e coração para os ensinamentos do filme e, claro, da vida e obra deste homem de 92 anos, exemplo humano e social a se seguir. Os últimos 5 minutos são os mais emocionantes que será visto neste ano. Distribuído pela Fox Film do Brasil, chega para todo país no próximo dia 12. Com tamanha qualidade, este longa não tem nada a perder.

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