“Apesar de tudo, ‘Deus’ ainda é brasileiro”. Essa foi a afirmação proferida pelo cineasta alagoano Cacá Diegues, durante a coletiva de imprensa realizada no último dia 24, no Ipioca Beach Resort, em Alagoas. O evento, que também foi transmitido ao vivo pelo perfil do Instagram da LC Barreto Produções, contou com a presença do elenco principal e da produtora Paula Barreto.
Cacá Diegues escolheu Alagoas como cenário para a filmagem do vigésimo longa-metragem da sua carreira. Ao contrário do que pode parecer, “Deus Ainda é Brasileiro” não é uma continuação de “Deus é Brasileiro”, de 2003, mas um spin-off, uma inspiração para o novo filme. O elenco principal conta com os atores Antônio Fagundes, Otávio Müller, Ivana Iza e Laila Vieira, entre outros, como Bruce Gomlesvki. A produtora Paula Barreto, da LC Barreto Produções, também participou da coletiva ao lado do diretor Cacá Diegues.
A imprensa local compareceu em peso à coletiva, prestigiando uma grande iniciativa e fomento ao audiovisual e cultura alagoanos. “Deus Ainda é Brasileiro” é uma produção orçada em R$ 12 milhões e conta com cerca de 70% da sua mão-de-obra local. Na coletiva, a produtora Paula Barreto explicou o processo de retroalimentação do setor audiovisual a partir do pagamento do imposto Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) por qualquer instituição ou empresa que comercializa um produto audiovisual. Os impostos se acumulam em um fundo chamado Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que só pode ser usado na atividade audiovisual, cinema ou televisão e, recentemente, em games.
“Se esse recurso não é utilizado, em virtude da ineficiência da Ancine, que nos últimos quatro anos ficou praticamente paralisada, ele permanece. Se ele não é usado na nossa atividade durante o ano fiscal, ele é contingenciado e volta para o orçamento da União. Então, ao contrário do que muita gente pensa, o cinema e o audiovisual não usam um tostão nem da saúde, nem da educação, nem da segurança. Pelo contrário, ele se retroabastece porque a gente paga um imposto que só pode ser aplicado na gente e, no final do ano, quando ele é contingenciado, nós abastecemos a saúde, a segurança, a educação. Tudo ao contrário do que foi propagado ao longo desses últimos quatro anos”, destacou Paula.
A nova obra de Diegues, que reflete o Brasil quase 20 anos após o primeiro filme “Deus é Brasileiro” – rodado em 2003, está sendo inteiramente rodado em Alagoas, o que é motivo de orgulho para o cineasta.
“O filme não tem nada a ver com o primeiro em que Deus vinha à terra para descansar. Esse novo longa é uma consequência do filme de 2003, com os mesmos personagens, e eu costumo dizer que é uma comédia cívica que trata de problemas reais do Brasil. Estou tendo a oportunidade de gravar esse filme em Alagoas, algo que eu desejava há muito tempo porque sou alagoano e nunca tinha gravado um filme totalmente em Alagoas. Devo isso aos meus amigos alagoanos, como Carlito Lima que escreveu o roteiro junto comigo”, enfatizou Cacá.
A equipe finalizou as filmagens na capital Maceió nesta semana e viaja para a cidade de Piranhas para continuar as gravações pelo sertão do estado, a previsão de conclusão das filmagens está para o dia 15 de dezembro.