“O Mito da Criação” é um documentário em curta-metragem que reflete sobre o momento do parto e questões da maternidade, dirigido pela jovem estreante no audiovisual Gabriella Rocha, conhecida como Mirtilo, com roteiro da poeta e produtora artística Cris Rangel. O filme estreia em São Paulo no dia 30 de março, no Matilha Cultural e em Suzano, dia 6 de abril, no Cineteatro Wilma Bentivegna. As duas sessões são gratuitas, seguidas por bate-papo, e os ingressos precisam ser retirados em cada local, 30 minutos antes da exibição.
A maternidade é uma experiência visceral, exaustiva e solitária, ao mesmo tempo divertida, repleta de beleza e positivamente transformadora. O filme, com duração de 30 minutos, traz depoimentos de quatro mulheres com diferentes perspectivas sobre parto e maternidade. A atriz Lyulli Krallissa e a própria Mirtilo, duas jovens artistas e moradoras de Suzano (Região Metropolitana de São Paulo), ambas mães solo, que dividem suas experiências pessoais de parir e maternar, fazendo ainda um paralelo entre criar uma criança e o criar artístico.
Complementam a narrativa, as parteiras obstetrizes Lilian Godinho Hokoma e Thaís Trevisan Teixeira, atuantes na Casa Ângela de Parto Humanizado, situada na periferia da zona sul de São Paulo e a única casa de parto humanizado na região que atende mulheres sem custo, com parceria público-privada. Profissionais que desempenham um trabalho significativo, trazem o ponto de vista de coadjuvantes.
A diretora Mirtilo é artista visual, produtora, afro-índígena e divide a experiência de ter sua primeira filha e os desafios que a acompanham. “Maternar é, de longe, a experiência mais visceral que eu pude escolher viver, flutuando num vendaval de fúria e beleza. Para além de mães, somos mulheres, humanas e precisamos trazer de volta para nossas mãos a autonomia sobre nossos corpos e nossa maternidade“, compartilha Mirtilo, que buscou no documentário uma forma de entender o processo de maternagem real, na perspectiva de uma mãe tentando ressignificar o processo educacional de forma positiva.
“O Mito da Criação” olha para os desafios da maternidade, para a educação respeitosa e levanta a importância do parto humanizado, não só para bebê, mas principalmente para as mães. Os depoimentos trazem experiências distintas que evidenciam a diferença entre ter um parto acolhedor e uma experiência agressiva que pode se tornar traumática.
A produção do filme foi viabilizada via Lei Paulo Gustavo, pela cidade de Suzano-SP, em edital de chamamento público de audiovisual, direcionado pelo Ministério da Cultura e Governo Federal.