É no mundo da arte que encontramos o espaço necessário para desenvolver histórias fantásticas e torná-las quase reais por meio da escrita, do áudio e do vídeo. Mas tem horas em que a arte se mostra suprema, como quando escolhe contar histórias reais, transmitindo ao grande público fatos que antes eram encontrados somente nos livros de história das academias universitárias ou em jornais já amarelados por efeito do tempo.
Nos últimos tempos, temos visto cada vez mais adaptações de histórias não-ficcionais para as telas. Livros e reportagens históricos se tornam peças audiovisuais de grande sucesso, tanto de crítica quanto de público, angariando a atenção devida a esses relatos que retratam um fato já acontecido há muitos anos.
É de bom grado destacar tais histórias por elas mostrarem uma realidade difícil, porém relevante para tempos decisivos em várias nações mundo afora. Não importa onde você esteja, a perspectiva de aprender com as histórias dos nossos antepassados, sejam elas de milênios ou décadas atrás, é sempre relevante.
Infiltrado na Klan
Dentre as “grandes” nações mundiais, Estados Unidos e Brasil têm muitas semelhanças. Tais semelhanças vêm de circunstâncias historicamente difíceis, como a escravidão e o racismo que se seguiu após o fim deste sistema de exploração.
Processos históricos como esses fizeram com que ambas as nações não conseguissem resolver totalmente o problema do preconceito racial. O último filme do celebrado diretor de cinema Spike Lee, Infiltrado na Klan, mostra isso de forma magistral – ainda que com muitas pitadas de humor –, retratando a história de um policial negro que se infiltra com sucesso em uma organização de supremacia racial nos Estados Unidos na década de 1970. O filme, que pode ser obtido em play.google.com, mostra também que o problema perdura até hoje.
Narcos
A série Narcos foi celebrada por críticos e pelo público pela qualidade do roteiro e pela cinematografia, duas características bem conhecidas dos filmes de José Padilha, diretor brasileiro estreitamente envolvido com a trama. Seu sucesso foi tão grande que ultrapassou as telas da Netflix, fazendo com que, além de memes, produtos diversos – como camisas e canecas oficiais, memes e até mesmo jogos de cassinos online, como os listados na plataforma comparativa GaloBonus.pt – fossem lançados ao se inspirar no seriado.
Por trás disso tudo, está a história da Colômbia e da exploração dessa nação pelo tráfico de drogas – e posteriormente por forças externas – desde os anos 1980 até os dias atuais. Ainda que o foco seja no protagonista da trama, e barão do sistema Pablo Escobar, o problema é muito mais profundo do que se pode imaginar.
Spotlight – Segredos Revelados
Já faz tempo que o jornalismo não anda muito bem das pernas. Líderes públicos e leitores fazem pouco caso do trabalho jornalístico, que merece críticas por se sujeitar, muitas vezes, a pressões corporativas e corporativistas que interessam mais aos privilégios de uma alta classe desconectada com a população do que com o seu trabalho de revelar a verdade para o mundo.
Spotlight – Segredos Revelados mostra que ainda há muito espaço para a boa prática jornalística. O filme, que pode ser assistido em youtube.com, também demonstra os entraves que jornalistas que escolhem combater as pressões de pessoas poderosas acabam enfrentando, explicando em parte como o jornalismo chegou no seu estado atual – e também o que pode ser feito para que essa situação cesse.
Citizenfour
Por muito tempo a população em geral aceitou sem pensar a troca de sua privacidade pelas benesses que a internet traz. Essa atitude está começando a mudar graças ao ativismo de pessoas como Edward Snowden, que revelou para o mundo o programa maciço de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos que não se limitava ao país da América do Norte, tendo “tentáculos” em vários lugares do mundo.
Hoje Snowden está refugiado na Rússia, único país que aceitou recebê-lo. E a trama da revelação do escândalo está contada no documentário Citizenfour, produzido pela HBO e vencedor de um Oscar em 2015.
