sáb, 21 dezembro 2024

Entrevista | Cristiano Zanetta o Batman do Brasil

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Cristiano Zanetta de Matos, casado, pai, empresário e coach. O que o diferencia de muitos pais de família é um segredo que vilões pagariam milhões para descobrir e eu revelarei aqui para todos. Ele é o Batman!

Tive o prazer de conversar com esse herói que acompanho o trabalho há algum tempo e é um exemplo a ser seguido. O Estação Nerd revela a partir de agora, os segredos do Batman:

  • EN: Conte um pouco sobre o que aconteceu na sua infância. O início de tudo.

CZ: Bom, começou assim: Eu morava no Rio Grande do Sul e quando tinha 6 anos de idade minha casa pegou fogo devido a um curto na TV. Minha mãe tinha levado meu irmão ao médico numa cidade vizinha e meu pai estava fazendo um curso. Estava eu, uma irmã de 5 anos e uma de 1 aninho.  A babá estava estendendo roupa no varal e o fogo se alastrou muito rápido por ser uma casa de madeira. Eu era muito fã do Super Homem e tentei arrombar a porta para salvar minhas irmãs, mas como não consegui, saí correndo para pedir ajuda. Algumas pessoas que entraram na minha casa, começaram a saqueá-la. Nesse momento entrei em choque. Os bombeiros chegaram, derrubaram uma parede e nos salvaram.

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Por causa desse estado de choque, desenvolvi dislexia, pesadelos chamados de Terror Noturno e perdi a fé total nos heróis e no próprio ser humano.

Fui mandado a uma psicóloga que como parte do tratamento me apresentou o Batman e explicou que ele não tinha super poderes e tinha que lutar para superar seus medos e traumas. Minha maneira de ver o Batman passou a ser então diferente da maioria dos fãs, ele passou a me ajudar a superar algumas situações onde eu Cristiano, travava. Para ser o mais parecido possível, fiz 7 tipos de artes marciais, curso de espionagem, detetive, fiz voto de pobreza, passei por várias coisas até no lado profissional, onde as pessoas duvidavam de mim pelo fato de ter dislexia. Montei minha academia, criei uma modalidade chamada SuperHero e dei continuidade aos trabalhos sociais que fazia em hospitais. Antes fazia os trabalhos vestido de palhaço devido a um certo preconceito na época com a roupa do Batman, mas com uma doença do meu pai, fiz uma promessa a ele que faria trabalhos sociais vestido de Batman.

  • EN : Você teve um trauma muito forte, tanto pelo incêndio, como pelas pessoas saqueando sua casa enquanto você e suas irmãs lutavam pela vida. Bruce Wayne passou anos lutando com os traumas enquanto se preparava para algo que nem ele ao certo sabia. Com você foi algo parecido ? Demorou para se curar desses traumas ?

CZ : Sim, foi muito parecido e ainda é. Eu fiquei totalmente antissocial por ver as pessoas saquearem minha casa, tive que fazer a terapia do abraço para com a ajuda de psicólogos poder me envolver socialmente de novo. Por causa do incêndio, desenvolvi a dislexia que venho trabalhando dia a dia. A minha fala devido ao meu trabalho, é mais desenvolvida que minha escrita e leitura e por isso tenho que me superar sempre. O meu trauma do incêndio foi tão grande que eu passei a gostar do fogo e não ter medo, virei uma criança incendiária. Cheguei a coloca fogo em coisas dentro de uma sala de aula e de uma igreja. Como parte da terapia, meu pai trazia do trabalho papéis inutilizados para eu por fogo. Fazíamos um buraco no fundo do quintal e eu passava horas vendo os papéis queimando. Era o tipo de tratamento de enfrentar a situação para superar.

  • EN : Você chegou a mencionar sobre um certo preconceito no início em poder entrar nos hospitais vestido de Batman, agora o acesso é livre para esse trabalho maravilhoso ?

CZ : Então, tudo isso começou pela promessa que fiz ao meu pai. Ele teve câncer e passou pelo que chamam de Os 5 estágios da doença : A negação, a raiva, a barganha (onde as promessas são feitas), a depressão e a aceitação. Percebi que tudo que eu tentava como motivação não dava certo, até que tentei outra forma e funcionou. Aí prometi que iria parar de entrar em hospitais vestido de palhaço e iria como Batman, mas exatamente em pontos onde crianças e adultos estivessem em depressão. Foram 2 anos tentando entrar em hospitais de forma normal e tendo que entrar escondido. Até que uma mãe me procurou desesperada, com o filho na oncologia. Ela estava tão nervosa que falava comigo como se eu realmente fosse o Batman. O filho dela estava em depressão, não comia mais, não falava e estava recusando a quimioterapia. Ele seria mandado para casa, pois o medicamento não pode ser forçado. Eu teria que ser rápido, não teria tempo de entrar escondido e me vestir, porque iria demorar muito. Fui direto, com a roupa, de moto e entrei, mesmo sabendo que isso me prejudicaria em outras visitas. Mas era o que tinha que ser feito.

Conversei com a mãe, pedi que ela voltasse ao quarto e sem saber o que fazer, fechei meus olhos e imaginei o que o Batman faria. Chutei a porta do quarto para chamar a atenção do garoto e entrei. Ele me olhou sério e perguntou a mãe se ela tinha chamado o Batman. Ela emocionada por ouvir a voz do filho depois de algum tempo de silêncio, disse que sim, pois ele não comia mais e não queria fazer quimioterapia. Conversei um pouco com ele, mas logo chegou um enfermeiro grande, daqueles que são chamados para segurar pessoas fortes nas macas. Ele estava muito alterado. Tive que pensar rápido e partir para o emocional. Perguntei ao garoto se ele sabia quem era aquele cara ( apontando para o enfermeiro). O garoto disse que não e eu falei que era o Lanterna Verde. O enfermeiro abriu um sorriso e eu disse que estávamos ali para colher o sangue dele para levar para a Liga da Justiça, mas que iria doer e ele teria que ser forte. Me retirei do quarto e fui embora. No outro dia recebi a ligação da Drª Juliana, chefe da Oncologia dizendo que tinha dado resultado e me liberando para entrar sempre que fosse preciso. Agora é assim em todos hospitais.

  • EN : E como é o seu trabalho como Batman ? Já aconteceu de você surpreender uma criança na casa dela ?

CZ : Meu trabalho não é só focado em hospitais e palestras. Como aconteceu com o menino da resposta anterior, muitas crianças vão para casa com depressão e por desistirem do tratamento e vou visitá-los com minha moto. Graças a Deus as pessoas que trabalham comigo na minha empresa sabem o que faço e tomam conta para mim quando vou fazer essas visitas. Mas já quase quebrei minha empresa por viajar muito visitando as crianças. Não tenho patrocínio conto com a ajuda de alguns amigos. Como sou motociclista, onde mais tenho ajuda é na parte da manutenção da moto, mas na parte financeira não.

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  • EN : Seu trabalho realmente é fantástico. Existe algo que possa ser feito para ajudar o Batman a alcançar um número maior de crianças ?

CZ : No momento para conseguir atender mais crianças, eu precisaria de mais renda. Acredito que com o tempo vou conseguir porque com essa modalidade que criei, poderemos dar cursos e treinamentos em outros lugares. Mas tenho muito que agradecer porque muitas pessoas entraram em contato comigo e começaram a desenvolver um trabalho parecido. Adquiriram roupas do Batman iguais ou inferiores a minha, mas o que eu digo é que importante não é a roupa e sim a mensagem que se leva. E hoje sou conhecido por muitas crianças até sem o manto do Batman.

  • EN : Analisando seu trabalho concluí que ele é todo baseado em ajudar as pessoas a melhorarem a vida. Você é proprietário de uma academia, é Coach e é o Batman dando esperança em meio ao sofrimento. Você costuma encontrar com algumas dessas pessoas que tiveram a vida mudada ?

CZ : Sim, graças a Deus eu tenho um grande resultado no meu trabalho, seja como Batman ou na academia. Essa modalidade SuperHero, mescla Levantamento Olímpico, Parkur, treinamento militar e artes marciais e atende uma demanda de pessoas com vários problemas de saúde tanto de depressão, quanto problemas físicos e com a nossa metodologia conseguimos fortalecer sempre a parte mais fraca do corpo. Com uma ótima resposta dos alunos e até dos familiares que nos agradecem.

  • EN : Quais referências você teve na infância para fazer o que faz hoje, tanto na parte social como também a postura como Batman ?

CZ : Minhas referências começaram exatamente a partir do meu trauma de infância, do tratamento com os psicólogos que me apresentaram o Batman e da associação que fiz do bombeiro com o herói de verdade. Então as HQ’s que eu lia na época, eu estudava o personagem me baseando nos traumas do Batman. E isso me tornou um fã diferente da maioria, eu não via essa parte de colecionáveis etc, eu ia na parte mais realista. Até meu cinto de utilidades é o mais realista possível, tem spray de pimenta, soco inglês, faca, batarangue. Foi onde fiz também como já mencionei, vários tipos de artes marciais, trabalho de leitura labial, curso de detetive entre outros. Isso me faz ter que muitas vezes pensar como o Batman. O que ele faria nessa situação ? Tenho que me colocar na história como um jogo de RPG. Isso faz com que muitas pessoas me identifiquem como a figura mais próxima do Batman de verdade.

  • EN : Esse espaço é para você deixar uma mensagem para toda galera que curte o Estação Nerd :

CZ : A mensagem final que eu deixo para todos do Estação Nerd, eu vou deixar o Batman falar. ( Acreditem, ele falou com a voz do Batman… eu sou fã e pirei ). A mensagem é : Nunca desista do seu sonho por mais difícil que seja. Acredite em você! Um grande abraço Batman !

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Carlos Bocchi Filho
Carlos Bocchi Filhohttp://52.44.60.28
Viciado em HQ's dos anos 80, do Batman, Demolidor e Justiceiro, estudante da cultura, mitologia e paganismo nórdico. Ainda pretende tomar um hidromel em Asgard, desde que não seja o criado pela Marvel.