A convite da Max, eu entrevistei a equipe da série de animação de sucesso WeeBoom: o Jonas Brandão, criador da animação, a Belisa Proença, diretora da segunda temporada, e a Livia Ghelli, Diretora de Conteúdo de Ficção da WBD Brasil. Eles falaram sobre a temática da animação e os destaques da segunda temporada, que está imperdível.
Confira a entrevista:
Marcel Botelho: Eu tenho o prazer de conversar com o Jonas Brandão, a Belisa Proença e também a Lívia Ghelli, que vão falar dessa animação maravilhosa. Muito obrigado pela entrevista, é um prazer falar com vocês.
Marcel Botelho: Começando então com o Jonas, o criador da animação. Jonas, para quem ainda não conhece animação, como foi o processo de criação dos personagens e da história também?
Jonas Brandão: Muito bem, eu tive a ideia de um gigante viajando pelo mundo, pensando se eu fosse um gigante o que eu faria? Eu viajaria o mundo, com as minhas pernas enormes, daria um pulinho aqui e estaria na China. E eu gosto muito de séries de viagem, então eu fiquei pensando, podia ter alguma coisa para criança nesse sentido, uma série de pessoas viajando. E aí eu pensei, e se fossem dois melhores amigos viajando pelo mundo, quer uma coisa melhor que viajar com o seu melhor amigo? Aí eu fui lá e chamei o meu melhor amigo para me ajudar a desenvolver essa série. Então a série é uma criação minha e do Vitor Canella. Ela mudou muito ao longo do tempo, até chegar no formato que virou a série mesmo, o WeeBoom. E a gente tá aqui produzindo, lançando a segunda temporada, 26 novos episódios no ar.
Marcel Botelho: Belisa, WeeBoom cresceu ainda mais, quais foram os principais desafios de dirigir esta segunda temporada?
Belisa Proença: Cara, eu vou falar que o maior desafio de uma série de viagem, que eu não falei em nenhuma outra entrevista, é você ter que fazer um país novo, um cenário novo, um ambiente novo a cada episódio, né? Isso é super desafiante para nossa equipe de arte, para nossa equipe de animação, porque você põe uma câmera em um cantinho aqui e você tem que fazer um cenário novo. E a gente tem pouquíssimo reaproveitamento entre episódios, a gente tá sempre produzindo coisas novas. Então, isso já é o maior desafio, assim, pra gente, em termos de direção e produção, né, no dia a dia dos episódios. O resto, acho que é mais diversão, a gente pesquisa, a gente vai sabendo lugares novos, tentando aprofundar a história dos nossos personagens, usar o espaço como forma de criar essas narrativas, então, no geral, é sempre muito enriquecedor esse processo de conhecer os países, conhecer as músicas dos países, mas na produção existem os desafios do dia a dia, de fazer caber na nossa rotina e no nosso prazo.
Marcel Botelho: Lívia, eu queria saber de você, como você enxerga a importância de se ter animações nacionais na grade?
Lívia Ghelli: Marcel, pra gente é muito importante, nós conseguirmos trazer a animação brasileira, as animações vocais, a gente sabe que faz muita diferença quando a gente está produzindo, quando é uma equipe brasileira produzindo pro brasileiro, a linguagem é outra, as referências, tem referências que só os brasileiros vão entender e só os brasileiros vão poder trazer. Quando a gente fala de animação e a gente vê que a animação é universal, principalmente uma animação como WeeBoom, ela é uma coelha verde, o Boom é um personagem anamórfico, mas ao mesmo tempo você consegue ver dentro do roteiro e dentro das características muita brasilidade e isso cria muito rapport com o público que tá assistindo e eu falo público em geral porque eu não tô focando só em criança, porque WeeBoom é um tipo de programa que você consegue assistir com a família toda, então os pais sentam para assistir juntos e a gente tem muito interesse e muita vontade de trazer a família pra dentro da Max e a gente tem uma programação, a gente tem ali dentro um catálogo incrível pra família e a ideia é exatamente essa, que quando as pessoas se juntam pra assistir o WeeBoom, são várias camadas diferentes, então as crianças vão ver algumas coisas e tem uma camada ali na piada que é muito mais profunda que só os adultos vão entender e isso faz com que seja divertido assistir junto, fora que o que tá sendo mostrado e que foi muito bem trabalhado pelo Jonas, pela Belisa, pela equipe da Splint, que é essa busca por países e essa curadoria dos países que vão ser mostrados e o que vai ser mostrado nesses países, que foge totalmente do que é o comum, do que é o básico, então a Wee e o Boom, eles vão até Galápagos e vão falar de Darwin, eles vão pra Namíbia, então ao invés de mostrar um safári, eles vão mostrar uma cidade fantasma e eu assistindo o episódio, eu falei, nossa, eu não sabia que tinha uma cidade fantasma na Namíbia, fui eu procurar, nossa, eu quero conhecer mais, então dá essa vontade de você conhecer mais, de você conversar, então ele gera uma conversa entre as pessoas que estão assistindo, traz esse momento da família junto, da família perto e ali dentro também tem os conflitos, tem o aprofundamento da amizade, a questão de coisas que você consegue fazer, então tem um episódio que a Wee fica tentando toda hora lamber o cotovelo dela e aí no final ela fala, “tudo bem que eu não consegui lamber meu cotovelo, eu consigo fazer outras coisas”, então é muito importante ter esse tipo de conteúdo, com essa qualidade, com esse contexto e com esse roteiro tão amplo que consegue falar com a família.
Marcel Botelho: Jonas, a nova temporada, até como bem disse a Lívia, ela terá como cenário diversos lugares do mundo, a sua intenção é também trazer cultura e conhecimento para as crianças ao mesmo tempo que você consegue trazer entretenimento e diversão?
Jonas Brandão: Com certeza, o nosso objetivo principal com WeeBoom não é ser uma série educativa, no sentido escolar, curricular, mas a gente quer que a criança consumindo WeeBoom, ela aprenda um pouquinho, ela descubra um pouquinho sobre os países, onde estão indo, descubra um pouquinho sobre a música dos países, que é um elemento bem presente em WeeBoom, e descubra quem sabe um pouquinho a respeito de si mesmas, né? Na série a gente fala sobre, nessa temporada, a gente se aprofundou muito na relação da Wee e do Boom, o que faz eles serem melhores amigos, eventualmente eles até brigam, mas é isso, é uma jornada de autodescoberta desses personagens, então acho que as crianças podem tirar várias lições valiosas assistindo a série. A gente gostaria muito que, como um legado para as crianças, que a gente aguçasse o apetite por viajar e conhecer dessas crianças.
Marcel Botelho: Belisa, eu gostaria de saber na sua opinião, quais são os principais destaques dessa nova temporada que mais vão atrair o público?
Belisa Proença: Eu acho que a primeira coisa é que a gente focou a série nos dois personagens, nos dois protagonistas, então a gente está aprofundando a relação entre eles, a gente está trazendo familiares dos nossos personagens, então a gente vai aprender um pouco mais da relação deles com outras pessoas fora da dupla também, isso já é muito legal. Agora, para o público que ainda não conhece WeeBoom, eu acho que WeeBoom é uma série muito gostosa de assistir, ela é divertida, ela é fofa e ela equilibra muito bem essa parte de aventura e ação e essa parte de autoconhecimento e de compreensão do que você está passando. A gente fez uma temporada em que os conflitos estão claros, tipo, a personagem quer lamber o cotovelo e, no fim, ela vai aprender que tem coisas que você não consegue fazer, é a genética e está tudo bem, mas tem outras coisas que você pode e a gente realmente tenta fazer, é isso, uma série que é divertida de assistir para as crianças e ao mesmo tempo que os pais vão assistir e vão falar, nossa, que coisa legal, que divertido, olha, que bom que isso está sendo mostrado para o meu filho, acho que isso também é muito importante, a gente está tentando fazer histórias que trazem energias boas e coisas boas e ensinamentos bons para as relações humanas em geral, e o Boom, que é o nosso protagonista, ele é muito divertido só pelo jeito de falar, então acho que se parar uma criança um minuto ali e ver o Boom, ela fica, o que é muito bom.
Marcel Botelho: Lívia, WeeBoom já foi exibido no México, agora com a Max, com mais investimento, vocês têm a intenção de levar a série à animação para outros países também?
Lívia Ghelli: A série vai entrar agora, dia 10, na Max, em toda a América Latina, Marcel, porque todo o roteiro, todo o editorial de WeeBoom, era aquilo que a gente estava falando, a animação viaja muito fácil e essas histórias, os conceitos das histórias são conceitos universais, que é de família, que é de relacionamento com os amigos, que são os conflitos, os conflitos com os outros, os conflitos internos, isso tudo são histórias universais e que permeiam várias culturas, indiferente da forma se ela vai estar sendo falada em português, em inglês, em espanhol, em tupi, quem está assistindo consegue se relacionar com aquilo, porque é muito universal. Então, a gente, por acreditar nisso, a gente está colocando na Max para toda a América Latina.
Marcel Botelho: Jonas, para encerrar, você como criador da animação, gostaria que você convidasse nosso público do Estação Nerd, para assistir WeeBoom. E também, claro, passar os dias e os horários para os nossos leitores.
Jonas Brandão: Claro, vai ser um prazer ter vocês aqui acompanhando, sendo parte da nossa audiência. WeeBoom estreia no dia 10, na Max, então dá para entrar e assistir a hora que você quiser, e também na Discovery Kids, às 7 da manhã. Está todo mundo super convidado, quero ver bastante barulho na internet, a gente gosta de barulho.
Marcel Botelho: Valeu, gente, muito obrigado pela entrevista, muito obrigado pela gentileza e simpatia de vocês e muito sucesso nessa segunda temporada.
Todos: Muito obrigado Marcel.