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Entrevista l Fale Mais Sobre Isso, Iozzi (Monica Iozzi)

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Monica Iozzi, atriz participante de novelas como “A Dona do Pedaço” (2019) e protagonista da série “Vade Retro” (2017), ambas exibidas pela TV Globo; atuante em longas-metragens, como “Turma da Mônica – Laços” (2019), de Daniel Rezende; ex repórter do programa humorístico transmitido pela Rede Bandeirantes, CQC (2009-2013), e ex apresentadora do Vídeo Show (2015-2016), também da emissora Globo; inicia uma parceria com o Canal Brasil e comanda seu próprio show, intitulado “Fale Mais Sobre Isso, Iozzi”.

Créditos: Canal Brasil

Focado em desmistificar questões políticas como assuntos complexos e inalcançáveis por meio de uma linguagem leve, dinâmica e atual, que ainda conta com a ajuda de passagens fílmicas e memes, o programa estreia no próprio Canal Brasil no dia 14/03 (segunda-feira), às 21h45, com reprise nas quintas, às 14h; nos sábados, às 7h30; e domingos, às 10h15.

Tendo 13 episódios nesta primeira temporada – os 3 primeiros serão lançados simultaneamente a estreia, no GloboPlay + Canais Ao Vivo e Canais Globo -, a série, além de manter o humor sarcástico de sua apresentadora, reúne artistas, profissionais da educação, filósofos, historiadores etc., para compor seu diversificado grupo de convidados. Marcelo Adnet, Djamila Ribeiro, Samantha Schmutz, Supla, Heloísa Starling, Pedro Bial, BNegão, Leandro Karnal, Marina Silva, e outros, discutem tópicos como “O que é política?”, “As dores e as delícias da democracia” e “Religião e política: misturar ou não”, e contribuem com suas opiniões sinceras acerca de temas às vezes não falados por alguns deles.

Na coletiva de imprensa de “Fale Mais Sobre Isso, Iozzi”, na qual o Estação Nerd esteve presente, Monica relata que obteve uma grande liberdade vinda do Canal Brasil na hora de conceber sua série, e lhe deram carta branca para fazer o que quisesse. 

Eu sempre tive vontade de fazer um programa que falasse sobre política. É porque desde os tempos que eu era repórter lá no CQC, eu sempre senti, conversando com o público nas redes sociais, nas ruas, enfim, um desinteresse muito grande por política, e eu tinha a impressão que isso acontecia por 2 motivos principais: ou porque as pessoas eram completamente descrentes da política – elas realmente acreditavam que é uma engrenagem muito antiga, que já é totalmente corrompida -, que na política só tem bandido e é melhor a gente não olhar para isso e ficar longe, ou então por desconhecimento mesmo” diz ela.

Para ensinar as “engrenagens básicas, os mecanismos políticos”, assim especificado pela artista, e quais são as responsabilidade de quem é votado pela população, tal qual os deveres dos vereadores, por exemplo, o programa retém o desejo de Iozzi de transformar o espaço (ainda online), em uma conversa informal. “Eu também tinha vontade de falar com pessoas de várias áreas diferentes, como se elas estivessem conversando assim numa mesa de bar com amigos”. 

Dentre os escolhidos pela apresentadora para representarem a essência plural de sua série, estão personalidades famosas como Fábio Porchat, Pedro Bial, Samantha Schmutz, Marcelo Bôscoli, Marina Silva, e muito mais. Além dos já conhecidos, estão intelectuais não familiarizados pelo público (professores, escritores, jornalistas, e adjacentes), que revisaram as informações passadas para o espectador. “Tiveram um cuidado muito grande de falar de um jeito fácil e acessível para todo mundo, sem nada rebuscado”.

Quando indagada sobre o mantimento de uma de suas marcas registradas, o humor, mesmo tratando de uma temática cheia de seriedade, Iozzi afirma que concedeu total autonomia para que seus entrevistados satirizem e expressem seus pensamentos, sem um roteiro pronto. Ademais, ela acredita que o humor chama a atenção e produz questionamentos através da sutileza do riso. “O humor, ele é uma ferramenta muito interessante para a gente colocar uma lente de aumento sobre o que acontece, porque quando você convida as pessoas a refletirem sobre um tema rindo fica mais fácil”.

Anunciado em ano eleitoral, o programa lida de maneira não determinada, dado que dialoga com a política abrangentemente e sem relação direta com notícias atuais. Porém, os ensinamentos provenientes de tópicos como quais são as funções dos 3 poderes e de que maneira funciona um processo eleitoral, é capaz de melhorar o debate de pauta política e igualmente conscientizar os votos dos cidadãos. “O sonho é fazer com que as pessoas se aproximem da política, e se aproximando da política, entendendo um pouco melhor (sendo que dá para ter esperança), quem sabe a gente não se informa melhor e vota melhor” descreve Iozzi.

Créditos: Canal Brasil

No que diz respeito às pautas dos episódios, ela explica que se inspirou em “O Presidente da Semana”, podcast de Rodrigo Vizeu, jornalista da Folha de S.Paulo, e sua maneira fácil e sucinta de se explicar a política. “A gente sabia que a gente queria começar pelo mais básico, que era a pergunta “o que é política?”, e tentar esmiuçar isso”. A apresentadora ainda diz que este tema em si poderia gerar mais de 100 episódios, porém o compilado de 13 seria suficiente para sanar muitas dúvidas.

Além disso, afirma que gostaria de mais diversidade em seu time de participantes da série, desejando que houvesse símbolos de todos os espectros políticos, especialmente defensores de conceitos como o liberalismo e o conservadorismo. “Acho que a gente tá num momento tão polarizado, que não foi muito fácil. Mas acho que as pessoas que a gente trouxe, tem gente que se comporta de maneira completamente isenta; a gente tem gente que é de esquerda; gente de movimento social; mas a gente também tem do mercado financeiro. Eu tentei fazer esse equilíbrio”, expressa a artista, que também repudia discursos de ódio. 

Com selecionados distintos, “Fale Mais Sobre Isso, Iozzi” apresenta especialistas da parte teórica e histórica das demandas abordadas, cantores, ativistas, etc. Monica, no entanto, fez com que seus entrevistados saíssem da zona de conforto:  “Por exemplo, a Djamila Ribeiro, que tem um trabalho que ela fala sobre a luta com o fascismo, sobre feminismo, feminismo negro e tal. Aí a Djamila, eu chamei ela para falar sobre os 3 poderes, qual era a visão da Djamila a partir do conhecimento dela, da vida dela”, e completa afirmando que sua intenção era ligar indivíduos dos mais diversos setores e convidá-los a expor opiniões nunca faladas publicamente.

Após isso, Iozzi repete seu propósito de dar voz à multiplicidade, contando que, inicialmente, almejava trazer indígenas, porém não conseguiu um retorno de contato. Outra ânsia sua era agrupar minorias e dialogar sobre tópicos como a transfobia. “As pessoas que fazem parte das ditas minorias  têm diversos conhecimentos, gente talentosa pra caramba e que quer falar sobre tanta coisa. Então eu vou chamar uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ só para falar sobre homofobia, vou chamar uma pessoa preta só para falar sobre racismo?  É, então acho que a inclusão tem a ver com isso.”  

A respeito de uma segunda temporada, Monica declara que possui a vontade de continuar com o programa, porém esperará seus “frutos” e sua repercussão para com o público. “Toda vez que você cria um projeto, você tem que primeiro esperar ele nascer para entender como repercutiu, se é interessante continuar”

De maneira honesta, a apresentadora revela que seu sonho é fazer com que as pessoas gostem de política. “A política depende de grande parte da nossa vida, como a gente vai viver”. Iozzi expõe que não é aficionada por política, mas se interessa, pois a “política é feita por todos nós”, de acordo com ela, desde o entendimento de para onde vai o dinheiro dos cidadãos até seus direitos e deveres.

Eu quero que as pessoas assistam ao programa e se interessem a ponto de falar: ‘peraí, a política não está lá, eu faço parte da política. Eu ajudo a definir a política.’ “,pronuncia-se Monica, que segue expondo a relevância que a série pode ter nos instante dos votos. 

Eu espero que as pessoas gostem e se enxerguem como seres políticos ativos, não só espectadores, que na verdade não é de uma política real, é de uma política afastada da gente, tão longe. Espero que as pessoas se entendam como protagonistas da política”, conclui, então, a protagonista de “Fale Mais Sobre Isso, Iozzi”. 

Créditos: Canal Brasil
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