qui, 26 dezembro 2024

Entrevista | Luiz Pinheiro, o Capitão Jack Sparrow

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Chegamos desbravando os 7 mares na entrevista de abril e encontramos o Capitão Jack Sparrow. O Estação Nerd conversou com Luiz Pinheiro, curitibano, ator profissional, dublador, mixador de áudio e sósia do Johnny Depp.
EN. : Luiz, você não faz apenas cosplay do Jack Sparrow e sim é sósia do Johnny Depp. Nos conte como tudo começou .
L.P. : Olá pessoal, então… tudo começou aproximadamente no ano de 2006 ou 2007 onde algumas amigas me chamavam de Willy Wonka, comentavam uma semelhança com o personagem vivido pelo Johnny Depp no remake da Fantástica Fábrica de Chocolates. Depois disso no ano de 2008 no carnaval de bonecos gigantes em São José dos Pinhais/ PR, produzimos o boneco do Capitão Jack Sparrow e eu fui o responsável pela manipulação dele. Nesse meio tempo uma amiga que usava dreads cortou e eu pedi pra ficar com eles, costurei numa bandana vermelha e voilà…o Capitão Jack Sparrow começou a tomar forma, mas comecei pra valer em 2010.
Crédito da foto - Leo Zimmermman
Crédito da foto – Leo Zimmermman
EN. : Você é casado há 7 anos e conheceu sua esposa num grupo de fãs do Johnny Depp, correto ?
L.P. : Isso, em maio a gente chega a 7 anos de “casados”, nunca casamos no papel, papéis se rasgam hehe. Sim, nos conhecemos numa comunidade do Johnny Depp no Orkut, na época a maior do Brasil, com cerca de 90 mil membros. Começamos com inimigos muito próximos, muitas provocações (principalmente da minha parte). Tínhamos uma panelinha com alguns membros ativos e criamos um grupo em outra rede falecida, o MSN (Não é o trio do barça e sim o Messenger), e nesse grupo depois de muita discussão um belo dia eu chamo ela na janela privada e falo: “Máh, vai pra janela do grupo que eu vou falar uma coisa!” Chegando lá eu pedi ela em namoro e ela aceitou, na sequência eu falei que era brincadeira, mas depois falei que era verdade e estamos juntos até hoje.
EN. : O que me chamou a atenção no seu trabalho é a sua dedicação e amor no que faz. Sempre que pode sai pelas ruas fotografando com fãs sem focar apenas em eventos específicos. Qual é a reação das pessoas ao estar andando pelas ruas e encontrar o Capitão Jack ?
L.P. : Pois é, procuro fazer as coisas da melhor maneira possível. Faço o trabalho de Capitão Jack Sparrow nas ruas também, as pessoas pedem pra tirar foto e eu explico o meu trabalho e deixo à vontade quanto a contribuição, em nenhum momento eu cobro pela foto, mas se a pessoa quiser ajudar é ótimo, afinal é um trabalho que requer estudo e dedicação. As reações são bem interessantes, o mais interessante é que não tem idade, classe social, estilo, etc., todos gostam muito, uns mostram mais a empolgação, outros se contem, algumas pessoas se empolgam mais do que deveriam, hehe. Mas é muito bom, parece uma coisa simples, mas muita gente fica muito feliz com um abraço, uma conversa e/ou uma foto.
Crédito da foto Marcela Faria
Crédito da foto Marcela Faria
EN. : Você me disse que não tem filhos humanos, mas tem 4 filhos gatos e uma filha cachorrinha. Já vi sua participação em eventos de adoção também. Você faz ou pretende fazer parte de algum projeto assim ?
L.P. : Essa pergunta é perfeita, acho que a favorita porque nunca foi feita antes. Temos 4 gatos adotados e uma cachorrinha. Sou totalmente contra a compra e venda de animais, muitos “criadores” utilizam e exploram as fêmeas, cruzando-as logo após a cria, as coitadas não têm nem tempo de uma recuperação, enfim, não vou me alongar aqui. Sim, eu já fiz algumas participações sim e sempre que posso vou fazer, amo os animais e é a causa que eu gosto muito de ajudar. Algumas pessoas falam: “Por que você não ajuda gente?” A minha resposta é simples, eu ajudo o que eu achar que devo ajudar, tem muita gente ajudando gente, não é porque ajudo animais que não vou ajudar pessoas, quem fala muito nada faz, essas pessoas que criticam passam pelo mendigo na rua e nem olham. Cada um faz o que achar melhor e eu gosto de ajudar animais.
EN. : Além de Jack Sparrow, você costuma fazer cosplay de outros personagens do Johnny Depp ?
L.P. : Esse é um grande problema, tenho figurino do Edward (não é o do crepúsculo) Mãos de Tesoura, mas eu tenho um grande problema com a minha barba, se eu tirar ela demora muito pra crescer e como tenho evento praticamente toda a semana como Capitão Jack Sparrow a situação se complica, afinal ele é o carro chefe.
EN. : Como nem tudo é um mar de alegria, já ouvi vários relatos de outros cosplayers sobre a luta, a força de vontade e muitas vezes os problemas em se fazer um cosplay. Você poderia nos dizer um pouco sobre esse lado que para muitos fica escondido atrás dos sorrisos e da perfeição do personagem ?
L.P. : Complicado né? Eu particularmente nunca tive tantos problemas, talvez até por ser mais velho que muitos cosplayers, pela minha mãe, esposa, família e amigos incentivarem a profissão e tal. Mas vejo muito preconceito em cima de cosplayers, falta de apoio da família, falta de respeito da população. Enfim, é um hobby que deveria e deve ser respeitado, é sadio, um cosplayer vive o que gosta, tem a oportunidade de homenagear seu ídolo (tanto de jogo, desenho, filme, etc.) é a oportunidade de se aproximar daquilo e trazer pra vida real, acho fantástico. E tudo isso pode gerar consequências extremamente cruéis e sérias, depressão, síndrome do pânico, enfim, acho que se você ama fazer uma coisa, faça. Quem julga ou não sabe o que fala ou não faz o que gosta, das duas uma. Não deixem as pessoas estragarem seus sonhos, façam o que acham que devem fazer, não façam as coisas para agradar os outros, agradem a si mesmos. Não só na questão de cosplay e sim na vida.
Crédito da foto - Leo Zimmermman
Crédito da foto – Leo Zimmermman
EN. : O que você faria se através da sua profissão ganhasse um bom prêmio em dinheiro?
L.P. : Olha, depende da quantia. A primeira coisa seria quitar nosso apartamento, depois ajudaria algumas pessoas próximas (mãe, sogra, amigos próximos, etc), ajudaria ONGs de animais, compraria um dodge challenger, hehe. É complicado de saber o que se fazer com dinheiro, uma hora ele pode acabar. Claro que se fosse uma quantia consideravelmente alta eu faria alguns investimentos em imóveis, iniciativa privada até mesmo uma graninha pra render na poupança mesmo. Uma frase que eu acho sensacional é aquela: “Dinheiro não traz felicidade”, acho sensacional porque discordo prefiro essa outra: “Dinheiro não traz felicidade, mas manda buscar”. Claro que os problemas continuarão, mas com dinheiro as coisas se tornam bem mais fáceis.
E.N. : Para finalizar deixe os próximos locais ou eventos onde te encontrar e mande uma mensagem aos leitores do Estação Nerd.
L.P. : Nos finais de semana estou sempre na rua do Porto, na cidade de Piracicaba, sempre depois de 12 e 30 até umas 16 e 30 e quem quiser tirar uma foto, bater papo, dar um abraço é só chegar. No dia 22 de abril estarei na reinauguração da Losso Magazine em São Pedro das 10 as 14. E galera, agradeço muito o convite, espero ter respondido da melhor maneira possível e deixo um beijo para os leitores. Galerinha que leu a entrevista, por favor, não deixem de lutar pelos seus ideais, nada é impossível, basta querermos que tudo dará certo, não desistam na primeira dificuldade e vou finalizar com uma frase de um comediante americano chamado Eddie Cantor: “Levei 20 anos para fazer sucesso da noite para o dia” Impactante né? As coisas demoram pra acontecer. Abração pessoal e até a próxima.

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Carlos Bocchi Filho
Carlos Bocchi Filhohttp://52.44.60.28
Viciado em HQ's dos anos 80, do Batman, Demolidor e Justiceiro, estudante da cultura, mitologia e paganismo nórdico. Ainda pretende tomar um hidromel em Asgard, desde que não seja o criado pela Marvel.