qua, 9 julho 2025

Entrevista | Natália Bridi

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Eu tive o prazer de entrevistar a jornalista e criadora de conteúdo, Natália Bridi. Com passagem pelo Omelete e atualmente no canal de sucesso Entre Migas, ela falou sobre sua carreira e deu até conselho para quem quer trilhar esta profissão.

Confira a entrevista:

Marcel Botelho: Natália, você tem uma carreira muito prestigiada como jornalista de cinema. Eu queria saber como foi o início de tudo isso. 

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Natália Bridi: Acho que o meu primeiro passo em direção a isso foi quando eu fui fazer meu TCC na faculdade, que eu percebi que eu queria trabalhar com algo mais relacionado à arte. E aí eu fiz sobre cinema, eu comparei dois filmes do Glauber Rocha e a partir, também, todo o contexto social desses filmes. E aí, a partir disso, eu comecei a me direcionar. Mas aí, obviamente, o mercado de trabalho é muito difícil. Então, quando eu vim para São Paulo, eu trabalhei numa assessoria que não tinha nada a ver com isso. E aí foi uma questão muito de ter a oportunidade mesmo para poder desenvolver esse trabalho, que foi quando eu entrei para o Omelete.

Marcel Botelho: Infelizmente, Natália, no jornalismo de games, eu converso com companheiras de trabalhos, e vejo que existe ainda, infelizmente, um pouco de assédio e um pouco de preconceito. Como é no jornalismo de cinema para as mulheres, atualmente? 

Natália Bridi: Hoje em dia, a gente tem autonomia e tem a nossa comunidade no Entre Migas. Então, a gente trata tudo isso, a gente tem responsabilidade com o nosso público, então a gente não tem problema, porque a gente tem responsabilidade com o nosso público. Quando eu trabalhava antes, no passado, a gente sofria muito assédio de vários sentidos, tanto falando sobre a nossa aparência, quanto questionando as nossas ideias. E era bem difícil, mas eu acho que isso é muito mais uma questão de ter responsabilidade com o público com quem você está conversando, porque é isso, a internet, infelizmente, é a terra de ninguém. Mas acho que você, como comunicador, como influenciador também, você tem responsabilidade com o seu público, e aí cabe, então cabe a quem está no comando de tudo ter esse envolvimento também, para evitar que essas vozes tenham espaço. Eu acho que é muito mais uma questão disso, porque elas não podem ser validadas, e no momento que você dá espaço, você está validando esse tipo de comentário para você ter audiência, para você ter número, você está colocando isso acima da saúde mental e do trabalho das pessoas. Então, acho que é muito mais uma questão de responsabilidade, isso sempre vai existir, infelizmente, só não tem que dar espaço para essas pessoas.

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Marcel Botelho: Qual cobertura ou qual entrevista você mais gostou de fazer durante toda a sua carreira?

Natália Bridi: Cobertura, eu gostava muito de fazer o Festival de Toronto, que era muito legal de poder, basicamente, ver filme o dia inteiro. E de entrevista, de junket dessas mais básicas, uma das que eu mais gostei de fazer foi do Guardiões da Galáxia 2, porque o elenco gostava e acreditava no filme, então foi uma das mais diferentes, uma das mais de verdade que eu fiz, no sentido de as respostas não estarem tão roteirizadas, o elenco e toda a equipe estava mais aberta, então foi muito legal. E acho que as entrevistas que a gente fazia na CCXP eram muito boas, porque a gente estava num espaço que era mais nosso, então a gente tinha muita oportunidade ali para conversar, então teve várias entrevistas muito legais nesse sentido. E o que eu mais gostava de fazer mesmo era set visit, infelizmente, não dá para mostrar a experiência, porque você está num lugar que você não pode tirar foto, não pode fazer nada, mas eram as experiências que eu mais gostei, então eu fui no set do Thor Ragnarok, eu fui no set do Esquadrão Suicida, que foi maravilhoso, fui em vários sets e eram sempre bem legais. 

Marcel Botelho: Natália, como que surgiu o Entre Migas? 

Natália Bridi: Acho que a gente tinha muita experiência, e assim, é Entre Migas porque nós de fato somos amigas, então a gente tem uma relação de muitos e muitos anos, a gente se conhece muito bem, e aí isso permite com que a gente passe isso para o público, acho que o que a gente queria era que não fosse uma conversa acima, o crítico e tal, a gente quer conversar como a gente conversa entre a gente, tornar divertida essa conversa, não tornar um negócio de querer crescer para cima das pessoas por conta de uma opinião, se sentir melhor porque você tem tal opinião, a gente quis deixar as coisas um pouco mais leves, acho que veio a vontade de fazer algo nosso, que a gente mudasse do nosso jeito, as coisas que a gente já percebia que queria fazer, e agora ter oportunidade, então é muito satisfatório, e é muito legal quando eu chego em algum lugar, estava num show na Argentina, e aí alguém me chamou e falou eu sou amiga também, e aí isso é sempre muito legal para a gente.

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Marcel Botelho: E quais projetos você tem para a sua carreira no futuro?

Natália Bridi: Além do Entre Migas, a gente tem por trás uma empresa que chama Luni 5, nós somos cinco sócios, e a gente trabalha muito essa questão do conteúdo, fazer a ponte entre o público e os nossos clientes, então a gente está trabalhando muito nesse lado dos bastidores, eu pessoalmente também desde que começou na pandemia, eu estou trabalhando a parte de design, então eu faço todo o design do canal, quando não sou eu, eu faço a direção de arte, então eu tenho desenvolvido muito esse lado, então a expectativa para mim no futuro é desenvolver a Luni 5 cada vez mais, ou o Entre Migas também, e de estudar ainda mais essa parte do design que me interessa muito também.

Marcel Botelho: Você tem um conselho para dar para quem quer trabalhar como criador de conteúdo, ou de repente seguir a carreira de jornalista do entretenimento?

Natália Bridi: Eu acho que está um mercado muito difícil, eu acho que precisa ter um pouco de frieza na hora e analisar muito bem quem são os empregadores, onde você trabalharia, se você fosse fazer isso dentro de um veículo, e também analisar como funciona o mercado de influência hoje nessa área, o que está sendo feito, entender que precisa de insistência para você criar um público, então muita gente que hoje é grande, ela começou pequenininha, entender qual que é o seu jeito de fazer isso também, além do algoritmo, não é só uma repetição de assuntos, é encontrar um jeito de se comunicar que você vai chegar em um público específico, então acho que é um mercado que hoje está muito difícil, você testou o mercado de jornalismo de games, que hoje está difícil também, ele era uma coisa e hoje ele se transformou completamente, então acho que precisa ter em mente essas coisas que não é mais o mundo onde eu comecei, por exemplo, então é muito difícil falar hoje… Muito difícil falar hoje em dia, porque mudou completamente. Então, acho que você tem que estar aberto e estudar muito esse meio, se é uma vontade, e se adaptar, se moldar, saber todos os perrengues e os percalços, e que não vai ser só necessariamente falar sobre o que você quer, sabe? Não é só dar opinião. É, tipo, você tem que se adaptar ao mercado, ao que está sendo falado, às demandas. Então, é muita coisa, assim, para… Acho que é importante falar para não romantizar esse meio. 

Marcel Botelho: Muito obrigado pela entrevista.

Natália Bridi: Tá bom, muito obrigada. 

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Destaque

Marcel Botelho
Marcel Botelhohttp://estacaonerd.com
Sou radialista, apresentador de televisão, colunista, redator e escritor, sou apaixonado pela área de comunicação e principalmente por games, desde a minha infância. Como editor e redator da área de games do Estação Nerd, espero levar até vocês muita informação e entretenimento com muita qualidade e alegria.