Eu tive a honra de entrevistar Peter Jordan, criador e apresentador do Canal Ei Nerd, e também JP Sette, que é CEO do Ei Nerd, em uma conversa muito agradável, falamos sobre carreira, sobre os próximos eventos Imagineland e claro que nossa paixão pelo mundo nerd, não ficou de fora.
Confira a entrevista:
Marcel: Peter, seu canal tem quase 15 milhões de inscritos, isto falando apenas do YouTube, quando você começou, você tinha ideia da dimensão que tudo iria tomar?
Peter: Não, não tem como a gente pensar nisso, porque quando a gente começa um projeto pensando numa empresa, pensando num negócio, a gente consegue até planejar. Mas o Ei Nerd começou sendo só um hobby. Sendo algo assim, ah, vou começar a falar dos meus quadrinhos. Aí comecei a falar, aí comecei a pensar, ah, mas quem gosta de quadrinhos também gosta de games, também gosta de anime, também gosta de cinema. Comecei a misturar tudo. E o canal nasceu dessa forma, entende? Com todos os sub nichos da cultura pop dentro e foi crescendo. Mas não conseguia imaginar que ia chegar a esse ponto. Então é uma grande surpresa o que tem acontecido. Agora, o canal, assim, quando a gente fala o seu canal, o canal não é meu. Realmente é um time grande que a gente tem. Eu sou só o apresentador, um dos apresentadores.
Marcel: JP, você que idealizou o Imagineland? Como surgiu o conceito do evento?
JP: Sim, eu idealizei o evento lá atrás, e logo depois, me juntei com o Peter, né? Para a gente realizar o evento lá no Nordeste. O evento surgiu de uma demanda, porque a maioria dos eventos acontecem aqui no eixo Rio-São Paulo, né? E lá no Nordeste não tinha nenhum evento com as características que o Imagineland tem, que é um evento oficial, que tem a presença dos estúdios, a gente leva artistas internacionais, esse tipo de coisa. Então, com o meu histórico de CCXP, e eu já tinha bastante relacionamento nesse mercado, acabou que a gente enxergou essa oportunidade, né? A gente conversou com o governador da Paraíba, ele apostou na ideia, e aí a gente acabou indo realizar o evento por lá. E aí o evento acabou crescendo e a gente vai fazer uma edição no Rio de Janeiro, no próximo ano.
Marcel: Peter vai acontecer o Imagineland on the road na Paraíba, gostaria que você falasse sobre o evento e o que podemos esperar de atrações?
Peter: Bom, é um evento como os outros que a gente tem feito. E eu posso falar que cada edição do Imagineland, eu posso falar que uma é melhor que a outra. A gente está sempre crescendo no quesito de contatos, então a gente está trazendo mais estúdios, mais reconhecimento, tem mais gente chegando. O que o pessoal pode esperar são grandes atrações, como sempre aconteceu. Atrações, inclusive, já foram divulgadas e o de sempre, os estúdios chegando lá, novos painéis, novos lançamentos. O JP, inclusive, sabe até mais que eu sobre isso aí.
JP: É, a gente tem muita… Como é que eu vou dizer? O evento para Campina Grande por uma questão que lá tem um novo centro de convenções, que foi recém-inaugurado pelo governo do Estado. Como o governo do Estado é co-realizador do evento lá, na Paraíba, a gente vai fazer o evento lá no novo centro de convenções. E Campina Grande é uma cidade que abarca o maior São João do mundo, então ela suporta, ali na época de São João, mais de 4 milhões de pessoas rodando durante 30 dias, o que faz com que a cidade suporte um evento como o Imagineland. E, juntando com esse novo equipamento, que é o centro de convenções, ajuda bastante. E aí, assim, o que a gente espera para esse ano? A gente vai ter lá o Jesse, que é o do The Boys, que é o trem-bala, a gente vai ter a Kim, que é a jogadora 212 do Round 6. A gente vai ter o Orsic, de Supernatural, e ainda tem mais coisas para divulgar. A gente vai ter vários influenciadores. O Vilela, o Inteligência Limitada é nosso podcast oficial. Enfim, então, o que acontece? O evento reúne muita gente, muito grande, durante os três dias de sua realização, o que, para lá, não é comum de acontecer. Então, cara, a cidade está fervendo, o Nordeste todo viaja para o Imagineland. A gente tem repercussão nacional muito capitaneada pelo Ei Nerd, então, eu acho que estamos esperando uma edição muito, muito, muito legal.
Marcel: JP o Imagineland vem pro Rio de Janeiro no ano que vem, quais são os principais desafios de trazer o evento para um grande centro como o Rio e o que o público pode esperar?
JP: Então, primeiro, o principal desafio seria achar o parceiro certo para fazer o evento no Rio de Janeiro. E a gente achou. O evento, como o Imaginland tomou uma proporção nacional muito rápida, a gente foi procurado por vários estados e tudo mais, o Rio de Janeiro foi um deles, mas foi uma oportunidade de a gente se juntar com a GL, que é a detentora dos pavilhões, tanto do São Paulo Expo, quanto do Rio Centro, lá no Rio de Janeiro. Então, eles entraram como nossos sócios para a realização do evento, o que nos dá uma robustez maior. A GL faz a Bienal do Livro e outros grandes eventos aqui no Brasil, além de ter os próprios pavilhões. Então, esse desafio a gente já conseguiu vencer. Eu acho que agora o Rio de Janeiro tem um histórico de tentativas de eventos de cultura pop que não foram muito bem… Que não deram certo. Ou foram edições pequenas, ou eventos cancelados. Aconteceu muita coisa disso no Rio. E acho que um dos grandes desafios é a gente mostrar para o público do Rio de Janeiro que o Imagineland está chegando para ficar. Porque o Rio é Rio, né? Então, o Rio é o cartão postal do país, sabe? A percepção que o evento vai se tornar no Rio de Janeiro com certeza é muito maior do que em qualquer outro lugar do país, pelo próprio clima que é o Rio de Janeiro e o que ele representa para o país. Então, eu acho que, assim, é a gente mostrar que é um grupo sério que está fazendo um evento sério e, claro, pelo tamanho do evento, eu acho que pelo tamanho do Rio de Janeiro, o Rio merece um evento do tamanho que ele espera, entendeu? E eu acho que o Peter tem muito a falar aí porque é da casa dele, né? A Paraíba é a minha casa e o Rio é a casa do Peter.
Peter: Então, eu resumiria o que você falou. Eu resumiria por que os desafios e tudo. E de por que a gente escolheu o Rio de Janeiro, né? Cara, em poucas palavras. Eu acho que é carência tanto das marcas quanto do público porque não tem evento de cultura pop no Rio de Janeiro. E, assim, como? Como que não tem evento de cultura pop no Rio de Janeiro? Como que não tem uma CCXP no Rio de Janeiro? Por que tem em São Paulo e não tem no Rio? E outro fator eu acho que é o espaço. A gente não consegue encontrar no Brasil um lugar, um espaço que nem o Rio centro. Então, para a gente encaixou tudo. Fora que é a minha casa. Eu sou carioca, eu gosto demais dali. E uma coisa interessante, inclusive, a gente costuma conversar, é que, assim, é indiscutível, né? Onde tem mais gente, mais do nosso público, é São Paulo e Rio de Janeiro. Lógico que tem mais gente, mas mais condensado, né? São Paulo, tem 28% do nosso público. 28% é São Paulo, mas 26% é Rio. Só que São Paulo tem muito mais habitantes do que o Rio de Janeiro. Então, proporcionalmente, eu tenho muito mais gente no Rio de Janeiro, curtindo cultura pop. Eu acho que o fato da localização ajuda demais, porque é o que o JP falou, o Rio de Janeiro é uma entrada, é um portão de entrada do Brasil. É um local que, tipo, é fácil todo mundo ir. É fácil todo mundo querer ir, incluindo não só pessoas de dentro do Brasil, mas incluindo fora do Brasil. Então, acho que tudo veio a calhar. Todos os ingredientes nessa sopa… Então, a gente está cozinhando essa sopa para realmente ser o melhor caldo possível. Eu acho que vai ser uma receita maravilhosa. Eu estou muito hypado para o ano que vem. Eu vou falar para você que talvez seja o meu maior sonho.
Marcel: Vocês acham que para o futuro o evento poderá acontecer em outras localidades?
JP: Rio de Janeiro e João Pessoa serão as casas do evento, entendeu? Então, essa é a nossa ideia. Agora, claro, podem sim existir outras, até fora do Brasil. Por que não?
Marcel: Peter, qual conselho você pode dar para quem está começando no YouTube e você acha que era mais difícil fazer sucesso quando você começou ou agora?
Peter: Eu acho que hoje é até mais fácil começar. Você tem muito mais ferramentas na sua mão para trabalhar, você tem muito mais inspiração. O conselho que eu dou é simplesmente não coloque trava em você mesmo, olha o que está acontecendo no seu nicho, escolhe um nicho, escolhe um tema para você fazer, escolhe alguns influenciadores, alguns canais de inspiração, procure fazer algo parecido, mas não igual, e comece a fazer. E não liga para os próprios erros, porque quando começa é errando. Eu costumo dizer que se você começar mesmo errando, mas manter a consistência, consistência é a chave. Você vai ter resultado lá na frente. Mesmo errando, só que só vai demorar mais para você começar certo. Mas então, a chave é consistência. Comece a fazer, acerta. Estude o que você está fazendo, estude os vídeos que você fez, estude o que a audiência está gostando ou não. E a maior dica de todas, estude a plataforma. Não adianta começar só achando que é botar um vídeo. Olhe os números, olhe o analytics, isso é muito importante. Ali está todo o segredo do seu canal. Ali está dizendo o que o pessoal está gostando, o que o pessoal está clicando ou não está clicando, o que você pode fazer ou não fazer mais. Então é isso, estude a plataforma e se inspira em pessoas e influenciadores que você gosta.
Marcel: Para finalizar, quero saber o que vocês tem consumido atualmente de conteúdo nerd, pode ser cinema, anime, games, o que for, e por favor mandem um recado para os nossos leitores.
Peter: Bom, eu começo então. Eu estou consumindo, como sempre eu estou lendo Marvel, eu assino Marvel online, assino também a Comixology. Um dos meus passatempos preferidos é deitar na cama e continuar lendo as novas edições. Estou lendo agora a nova edição do Deadpool. Estou adorando isso pra caramba, estou viciadão. Filmes eu não paro de ver nunca. Aliás, eu vejo muito mais filmes do que eu levo para o canal. Muita gente pergunta assim, caramba Peter, tudo que você está levando para o canal você assiste? Lógico. Só que tem coisas que eu assisto e não levo. Poderia levar também. Mas é basicamente isso. Atualmente não estou lendo nenhum livro. Games, só jogo sempre os mesmos games, mas nada demais, só games casuais. Defendo a sua base, adoro isso. E é isso. E eu quero deixar aqui um recado, para todo mundo que está lendo essa matéria, que é sempre bom a gente poder receber esse tipo de convite, furar a bolha um pouquinho, chegar em mais gente. Espero que todos vocês conheçam o trabalho da gente e consigam visitar a gente. Não sei se você mora longe, mas de repente acho que vale a pena você conhecer o evento da gente. Porque acho que em algum lugar ele pode estar próximo a você, tanto na Paraíba quanto no Rio de Janeiro. E é isso.
JP: Bom, eu estou assistindo… Terminei agora de assistir Solo Leveling. E também estou assistindo Gachiakuta, que também começou faz pouco tempo. Cinema também eu consumo o máximo possível. Por sinal, estreou… Não é cinema, mas é série. Acho que é Alice in the Borderland, a nova temporada. Então eu estou muito afim de assistir, que eu gostei bastante do conteúdo, enfim, da série. E eu estou lendo um livro que não tem nada a ver, chama Diários de um CEO. É, tem a ver comigo. Enfim, mas ele traz uns conselhos interessantes. Eu esqueci o nome do cara agora. É um cara que tem um podcast lá em Londres. Mas é muito legal o livro. Ele traz umas visões diferentes. É isso. Obrigado.
Peter: Obrigadão pelo convite, Marcel. Tamo junto. A hora que quiser, só chamar de novo.
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