sáb, 4 janeiro 2025

Entrevista | Sérgio Coelho (A Garota e o Armagedom)

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O que levou Sérgio Coelho a escrever o livro A Garota e o Armagedom foi um momento de bloqueio criativo. Insatisfeito com os rumos de um romance em que trabalhava, voltou-se para a poesia, que permitiu um processo criativo mais livre e imaginativo. Entre as várias possibilidades e referências que o guiaram, o movimento Surrealista, uma das vanguardas artísticas do início do século XX, acabou cruzando seu caminho.

Combinando mitologia, folclore, música e cinema, os poemas da obra exploram imaginação e fantasia em uma jornada literária insólita. Para fazer companhia, o leitor encontra personagens como bailarinas, soldados, feras, divindades e uma heroína envolvida por acaso em uma aventura apocalíptica.

Confira abaixo a entrevista com o autor e saiba mais detalhes do lançamento:

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1- Uma das principais referências do livro é o movimento Surrealista. Por que você escolheu essa corrente artística como fonte de inspiração?

Sérgio Coelho: Sei que vai parecer estranho, mas não escolhi. Procurava um tema que conectasse os poemas a ponto de conseguir um livro. Fiquei alguns dias pensando, e, de repente, veio à cabeça a palavra “surrealismo” como uma ideia. O que me veio como inspiração foi o estilo, não um tema…. ou melhor, o estilo virou o tema do livro!

Cheguei a me assustar com tal “insight”, não sabia nada sobre o movimento Surrealista. Mas a ideia, estranhíssima, pareceu tão boa que fui estudar. Assim começou a aventura: fugi do mundo comum, tornei-me um “criativo herói surrealista”.

2 – Além do Surrealismo, é possível ver nos poemas elementos de mitologia e fantasia. Que outros artistas e obras te inspiraram a escrever os poemas do livro?

S.C.: Livros, documentários, música pop, movimentos artísticos, mitologia, folclore brasileiro e até o Apocalipse de João. Usei parte da cultura que consegui acumular ao longo do tempo para trabalhar nos textos. Na hora de escrever, chamava uma ideia que se tornasse um verso e que conseguisse puxar outro. A única regra era que o texto precisava parecer um sonho. Tive que abrir mão da autocrítica, num ato de coragem, para não emperrar a criatividade. Se precisasse de inspiração, eu ia ao Youtube e pesquisava até me sentir encorajado, pronto para escrever.

3 – “A garota e o Armagedon” foi realizado em um momento de bloqueio criativo. Quais técnicas você usa para estimular a criatividade?

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S.C.: Queria escrever um livro em prosa, uma história com três atos. Mas abandonei os escritos e senti insatisfação e frustração com o resultado. Resolvi voltar aos versos, com os quais tive uma recompensadora experiência anterior. Não estou certo de qual técnica utilizei, mas usei a criatividade para voltar a ficar satisfeito e cumprir a promessa, feita a mim mesmo, de conseguir um livro. Com isso, mudei do verso para a prosa. O processo foi bem particular: criar sem autocensura.

4 – Você já tem projetos literários planejados para o futuro? Se sim, pode dar alguns spoilers?

S.C.: Adoraria voltar a escrever. Tenho dois livros “na gaveta”, e um deles chegou a ganhar uma edição limitada, distribuída a título de curiosidade. O feedback foi bom, pois tratava-se de uma série de poemas com uma personagem feminina: vilã e heroína. Dependendo do que acontecer com a “Garota”, a “Vilã” entra em cena.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]