Política, no sentido mais amplo da palavra, para além das disputas partidárias, é o tema central de “Fale Mais Sobre Isso Iozzi”, programa dirigido por André Barcinski, que estreia no Canal Brasil na segunda, dia 14/03, às 21h45 — na mesma data, os três primeiros episódios estarão disponíveis no Globoplay + Canais ao Vivo e Canais Globo. Nele, Mônica Iozzi convoca personalidades dos mais diversos campos da cultura brasileira — entre jornalistas, artistas, escritores, filósofos e juristas — para discutir diversas questões ao redor do assunto. Tudo isso com o humor afiado característico da apresentadora, mas, ao mesmo tempo, de forma leve e informativa, reunindo diferentes opiniões. E para deixar a atração com a cara do Canal Brasil, os programas são ilustrados com trechos curtos de filmes brasileiros.
A primeira temporada terá 13 episódios e convidados como Marcelo Adnet, Leandro Karnal, Fábio Porchat, Pedro Bial, Djamila Ribeiro, Marina Silva, Supla, Luis Lobianco, Jup do Bairro, BNegão, Elisa Lucinda, Samantha Schmutz e o cantor Falcão, além de especialistas. Em cada episódio, Mônica conversa com dois ou três convidados sobre um tema. “Como se faz um país?”, “Ideólogo é você”, “As dores e as delícias da democracia”, “Os três poderes”, “Cada um por si ou o Estado por todos”, “Religião e política: Misturar ou não“, são alguns dos assuntos que serão discutidos.
No episódio de estreia, Iozzi recebe Leandro Karnal, Fábio Porchat e Majur para tentar responder à questão “O que é política?”. Para isso, começa explicando a etimologia da palavra “política” e recorrendo a pensadores como Aristóteles, Platão, Thomas Hobbes, Rousseau, Marx e Norberto Bobbio para mostrar como eles responderam a essa pergunta. Em seguida, passa a bola para Leandro Karnal, que responde da seguinte forma:
“Você começou citando dois pensadores ligados à Grécia, dois pensadores da política, Platão e Aristóteles. E um grego pensa política não como estado nacional como nós pensamos, não exatamente como partidos, mas como o bem-estar na polis, na cidade, de onde vem a palavra política. Política é a arte da felicidade na polis, política é a arte do bem-viver, é a arte da racionalidade da existência. (…) Mas a política está diluída inclusive na sua família. A política está diluída na ceia de Natal, a política está diluída na rua, nas questões de gênero. A política mata. A política vai debater também racismo, coisas que Aristóteles não debateu, até porque, ele achava que havia escravos por natureza. Então a política é mutante, a política é a arte de gerir o bem comum. Ela tem que ser inclusiva. E ela nasceu na Grécia mas, hoje, o que nós queremos é uma política mais inclusiva, que não passe só pelos políticos, mas fale também de ONGs, de militantes, fale de bem-estar das pessoas, em um país dominantemente negro, brutalmente desigual, e absolutamente violento neste momento da política”
No programa seguinte, Heloisa Starling, Luís Lobianco e Bnegão debatem sobre “Como se faz um país?”. O terceiro episódio tem o título “Ideólogo é você” e os convidados são Sérgio Rodrigues e Marcelo Adnet. Com Pedro Bial e Djamila Ribeiro, na quarta semana, ela explica o que são “Os três poderes”. No quinto programa, o tema é “Tecnologia ajuda ou atrapalha a política?”, e os convidados são Francisco Brito Cruz, Supla e Samantha Schmutz. “As dores e as delícias da democracia” é o que pauta o sexto episódio, em que Mônica recebe Lilia Schwarcz, Elisa Lucinda e AD Junior. Na semana seguinte, ela tenta responder à pergunta “Partido político — um mal necessário?”, com Celso Rocha De Barros, Xico Sá e Jup do Bairro.
Na segunda metade da temporada, Mônica discute “Eleição, o caos que vale a pena” com Jairo Nicolau, Falcão e Maeve Jinkings; “Impostos: por que pagamos?”, com Bernard Appy, João Marcello Bôscoli e Mauro Silva; e “Cada um por si ou o estado por todos?”, com Samuel Pessoa e Cláudio Manoel. Na semana seguinte, a apresentadora conversa sobre “Religião e política: misturar ou não?” com Dr. Hédio Silva Junior e Marina Silva. O 12º tem o título “Corrupção na política” e recebe Bruno Carazza, Karine Telles e Welder Rodrigues. Para encerrar a temporada de forma otimista, Iozzi convida Hélio De La Peña e Preto Zezé a pensarem sobre “A política de que dá certo”.
“Foi um prazer enorme participar desse projeto. Numa época em que discussões sobre qualquer assunto estão tão polarizadas e vitriólicas, é muito bom poder assistir a conversas inteligentes e sensatas sobre temas dos mais relevantes. O nível dos convidados é muito alto, são pessoas com muito o que dizer e que trouxeram visões pessoais e importantes, que enriqueceram demais as discussões. Nos últimos anos, perdemos um pouco a capacidade de argumentar, certamente devido ao imediatismo das redes sociais, e acho que um programa como esse vai se destacar por não subestimar a capacidade do público de absorver diferentes visões e pontos de vista e escolher um com o qual concorde, sem necessariamente odiar o outro lado”, conta André Barcinski, diretor do programa.