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Far Cry 6 – Análise do novo game da clássica franquia da Ubisoft

Far Cry 6
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Far Cry 6 continua a linha dos outros jogos da série, trazendo em uma nova ambientação, um contexto semelhante, onde o protagonista deve lutar contra um tirano que escraviza o povo e os domina com muita crueldade.

Neste game, um dos principais destaques está na atuação do ator Giancarlo Esposito no papel do El Presidente, Antón Castillo, do país fictício chamado Yara, claramente baseado em Cuba. Este ator ficou mundialmente conhecido no papel de Gustavo “Gus” Fring nas séries Breaking Bad e posteriormente em Better Call Saul.

Um dos pontos fortes da franquia são os vilões carismáticos, como o icônico Vaas Montenegro de Far Crt 3, interpretado pelo ator Michael Mando, que também atuou no universo de Breaking Bad, interpretando Nacho Varga em Better Call Saul, sendo um dos vilões mais conhecidos e com personalidade mais marcante em todo universo dos games.

Dessa vez o vilão é um ditador frio e calculista, que governa seu povo com mãos de ferro enquanto tenta passar ao mundo lá fora a impressão de que tudo está sempre bem no país dele, que tem como principal fonte de renda o viveiro, uma substância extraída do tabaco graças ao trabalho escravo de prisioneiros do regime, que tem propriedades capazes de tratar o cancer.

Quanto aos protagonistas, logo no começo você escolhe se pretende jogar com um homem ou uma mulher, ambos são dissidentes do governo e estão tentando fugir da ilha para tentarem uma vida melhor nos Estados Unidos, mas seus planos vão por água abaixo (literalmente) e a partir daí, o jogo começa de verdade.

Tecnicamente o jogo apresenta melhorias gráficas em relação aos seus predecessores recentes, mas nada muito significativo, mostrando ser um game bonito, mas ainda pensado para a geração do Playstation 4 e Xbox One. A beleza do game se revela na densa vegetação tropical da ilha, nas áreas urbanas bem caracterizadas e principalmente no trabalho dos designers que montaram cenários repletos de detalhes, algo típico dos jogos da Ubisoft que sempre acerta neste aspecto, embora olhos mais atentos consigam perceber a repetição de certos elementos.

O level design é muito bem feito. Explorar os diversos ambientes da ilha é muito divertido e aguça a nossa curiosidade. As muitas opções de movimentação, como rapel, paraquedas, veículos, cavalos, fast travel, tudo isso faz com que o deslocamento não seja cansativo. O tamanho do mapa é bem grande e mais que suficiente, tem muito conteúdo a ser explorado. Assim como nos outros jogos da franquia, assim como nos outros Far Cry, o jogador tem muita coisa pra fazer e vai passar muitas horas jogando até perder a noção do tempo.

Quanto à jogabilidade, ela se mantém basicamente a mesma dos outros jogos. Embora ela funcione muito bem e o jogo tenha trazido alguns novos elementos, como o Supremo (uma arma especial) e o sistema de gambiarras, tudo segue basicamente na mesma pegada.

O modo cooperativo não é um dos pontos mais bem trabalhados do jogo. Embora seja divertido, ele tem mostrado alguns bugs problemáticos, especialmente quanto à movimentação dos personagens dos nossos amigos, os lags e travamentos, que aparentemente não se devem à conexão, mas sim a bugs das animações nas movimentações e interações que vemos dos outros personagens.

A inteligência artificial ainda é muito limitada e este é um dos fatores que vem se mantendo ao longo da franquia e que precisa melhorar muito. Os inimigos bugam ou brotam do nada com frequência, o que atrapalham a experiência.

E por falar em bugs, embora eu tenha jogado após as primeiras atualizações, que podem ter corrigido alguns deles, na minha experiência, jogando no PC, não presenciei nenhum tipo de travamento, até nisso os bugs básicos se mantiveram bem parecidos com os que estamos acostumados a ver em jogos da Ubisoft. No meu caso, não chegaram a me atrapalhar de jogar, mas esses são problemas que surgem aleatoriamente e podem variar dependendo da plataforma ou mesmo de configurações de PC.

A movimentação do personagem não mudou quase nada, mas acrescentaram algo muito parecido ao sistema de deslizar que vemos em COD Warzone, provavelmente foi de lá que veio a inspiração para acrescentarem essa mecânica. As armas, no geral, estão mais difíceis de controlar quando comparadas aos outros jogos, mas isso se deve ao sistema de gambiarras, que permite muitas alterações para que possam ser melhoradas até que as armas fiquem boas e existem umas armas bem estranhas e criativas.

Se ao andar a pé o game se mantem basicamente o mesmo padrão que vemos em vários jogos de primeira pessoa, o mesmo não podemos dizer em relação à pilotar os vários tipos de veículos disponíveis.

Para quem já está acostumado com os jogos da Ubisoft, sabe que nessa parte sempre há uma dificuldade implícita, mas dessa vez, talvez para mostrar melhor os detalhes dos veículos, a câmera se posiciona de uma maneira estranha. Com o tempo você se acostuma. Parecem que quiseram inovar nessa parte, mas ao meu ver, não deu muito certo.

O sistema de progressão foi simplificado, porém de uma maneira um tanto estranha, pois o jogador apenas passa a ter acesso a mais produtos nas lojas e certas áreas ficam mais fáceis conforme você aumenta o level, é simples assim. Essa simplificação parece ser uma tendência em jogos que trazem elementos de RPG e ao meu ver, poderia fazer sentido e Far Cry 6, porém, o jeito que foi feita, deixou a desejar, pois a evolução está atrelada apenas à novos acessórios nas armas e acampamentos, enquanto que o personagem em si, não ganha nenhuma nova habilidade.

Outro ponto já tradicional de Far Cry, é o uso de uma cor específica para indicar o caminho e pontos de interesse, dessa vez é a cor azul, que aparece em flores pelo chão para te guiar, em panos, cordas e outros elementos, indicando o caminho para evitar do jogador se perder no mapa.

https://www.youtube.com/watch?v=Anon27V0tXI

Uma mecânica muito interessante que eu vi na franquia pela primeira vez em Far Cry Primal, são os parceiros, ou Parças, como são chamados em Far Cry 6. Cada um traz uma vantagem ao jogo e podem te ajudar durante as missões.

O primeiro deles a aparecer é o jacaré Guapo, que veste uma camisa. Ele tem a habilidade de reviver-se sozinho, regenerar-se e é resistente, mas chama muita atenção dos inimigos, atacando todo mundo e tocando o terror. Além dele temos o Chorizo, um cachorrinho salsicha em uma cadeira de rodas que encontra recursos, se regenera e distrai inimigos, Chicarrón o galo que derruba inimigos, o vira-lata Cabum que marca inimigos e a pantera Oluso, que é difícil de ser detectada, causa medo e mata um ataque rápido.

Além destes existem mais outros dois disponíveis em DLC, o cachorro robô K9000 que marca e aumenta do dano nos inimigos além de causar uma explosão quando morre matando os inimigos e o felino branco Champanhe, que mata e saqueia inimigos, além de atordoá-los com um rugido sônico.

O ponto principal de Far Cry 6 é o enredo e dessa vez, o protagonista tem um rosto, uma identidade e uma a motivação que faz com que a história evolua muito bem e nos mantenha interessados, intrigados e até nos revoltam em certos momentos, dosando muito bem as nossas emoções e mantendo o interesse nas missões principais para ver o desfecho daquela situação e zerar o jogo.

Um bom enredo, com um belo visual, isso tudo somado à brilhante interpretação de Giancarlo Esposito no papel do Antón Castillo, explorando bem personalidade do personagem, o relacionamento dele com seu filho Diego e outros aspectos políticos do país e até mesmo filosófico em alguns momentos, fazem com que Far Cry 6 seja, ao meu ver um dos jogos mais relevantes deste ano e um dos melhores para quem curte jogos neste estilo.

Conclusão

Far Cry 6 repete a fórmula de sucesso dos jogos anteriores sem arriscar muito. Os gráficos estão levemente melhores que os anteriores, especialmente nas luzes, reflexos, comportamento da vegetação e texturas. Quem jogou algum outro Far Cry recentemente, recomendo que espere um pouco até ter vontade de jogar de novo, para não cansar, já que a pegada do jogo é a mesma. Mas quem nunca jogou, vai se encantar com uma das melhores franquias da Ubisoft.

Far Cry é uma franquia voltada para quem curte uma boa história, cenários fascinantes e vilões carismáticos, ao longo de toda franquia, seus jogos se mantem um excelente padrão de qualidade, com uns melhores que outros, mas todos eles foram bons jogos em sua época. Far Cry 6 é um jogo que vale muito a pena e, apesar de ser mais do mesmo e não ousar, ele explora bem o que tem de bom e traz uma proposta clara a quem já conhece a franquia, mas tem potencial empolgar ainda mais quem nunca jogou nenhum dos outros jogos anteriores.

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