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Fim de Semana de Clássicos | Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida

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Existem poucos filmes que conseguem alcançar o patamar de marcar um tipo de gênero no cinema. Temos casos como “O Exorcista” para o terror, “Star Wars” para  ficção científica e “O Poderoso Chefão” para o gênero de gângster. Esse é o caso de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, a perfeita representação de uma aventura inesquecível e emblemática na sétima arte. Inicialmente concebido pela produtora Paramount como um projeto extremamente arriscado e com altíssimas expectativas de fracasso, tanto em bilheteria quanto em repercussão positiva, e ainda colocou em perigo a reputação da então crescente carreira de Steven Spielberg. São curiosidades que hoje em dia parecem piada comparadas ao enorme sucesso e contribuição dessa franquia para cinema, mas revelam o grau de coragem e dedicação de seus realizadores quanto ao projeto.

Indiana Jones (Harrison Ford) é um professor de arqueologia que nas horas vagas assume o papel do intrépido aventureiro em busca de preciosas relíquias. Em meados da década de 30, ele é convocado pelo governo americano para descobrir o paradeiro da Arca Sagrada na qual Moisés teria guardado as tábuas dos Dez Mandamentos, achando que concederia poderes incomensuráveis ao seu portador. Inúmeros perigos aguardam Indy, pois o exército nazista de Hitler também está interessado na arca.

Inicialmente lançado no Brasil apenas com o nome original: Caçadores da Arca Perdida. Apenas posteriormente colocado o famoso nome Indiana Jones, e assim por diante nos demais filmes. Esse filme é um compilado de sequências memoráveis, desde sua abertura, onde acompanhamos uma expedição em busca de um artefato, e temos a então presencial oculta de um dos personagens, apenas tendo deslumbres da silhueta e sua chamativa aparência com chapéu e jaqueta. Sendo então revelada até a traição de um dos companheiros de viagem e tendo o primeiro deslumbre de “Indy” e seu famoso chicote, assim desarmando o traidor. O prólogo do longa é genial e inesquecível, temos deslumbres da sagacidade e experiência do arqueólogo, desde identificando armadilhas até desarmando-as. Tudo isso para chegar na fatídica cena da fuga do templo, onde aparece uma rocha gigante em formato de bola perseguindo nosso herói, uma combinação perfeita de direção, trilha sonora e “realismo”, um trabalho perfeito de construir um cenário para se tornar o mais crível possível. Não diferente, diversos filmes homenageiam e até satirizam essa cena até os dias de hoje, e muitas pessoas conhecem essa franquia justamente por causa dessa passagem do filme.

E é muito interessante o pano de fundo de Os Caçadores da Arca Perdida, o longa se passa em 1936 e vincula justamente aquela crescente do nazismo. É um filme que vincula perfeitamente história com a aventura apresentada, e ele se utiliza de um fato histórico onde os nazistas realmente se interessaram por cultismo e realizaram diversas expedições pelo mundo em busca de relíquias. Claro, temos o fator místico do filme, todo o contexto envolvendo a história da arca e busca do poder divino, os motivos pelo quais os vilões do filmes se interessam em encontra-la, mas aqui existe a perfeita junção do real com o fantasioso, não à toa definindo os rumos da franquia. A escolha dos nazistas como vilões, não só desse filme, mas da saga Indiana Jones é acertadíssima, passa todo o medo que eles representaram(e ainda infelizmente representam) para o mundo, mas também uma consideração com a época retratada no longa.

Impossível não mencionar essa franquia de filmes, sem pensar em Harrison Ford. É chover no molhado elogiar seus diversos papéis marcantes pelo cinema, principalmente em ação e ficção científica, desde Han Solo em ”Star Wars”, Rick Deckard em “Blade Runner” e esse que seja seu mais emblemático e inesquecível do imaginário popular: Indiana Jones. Assim como Han Solo, o ator está totalmente vinculado com a figura de Indy, ele passa a sensação de ter nascido para esse papel e consequentemente para o gênero aventura. É um teor totalmente natural, a figura do professor universitário que passa aquela sensação mais simples e focado na inteligência do personagem, mas ao se transformar em Indiana Jones, seu alter ego, vemos esse outro lado do personagem, mais corajoso, mais cafajeste, se utilizando do que aparecer para continuar sua jornada. São cenas e mais cenas geniais(e até rápidas) que consegue passar esse sentimento do personagem, exemplo é a famosa cena onde ele atira em um adversário que exibe toda sua habilidade com a espada, passando aquela sensação de cansaço e impaciência de Indy com toda a situação. Além dessa temos as cena com Marion, seu par romântico, com constantes conflitos do passado quanto sua relação e abandono de Jones com ela. Enfim, é um carisma extremamente palpável dessa figura com seu público, ele vincula o descontraído com o heroico, totalmente natural.

Tudo isso justifica a importância e qualidade de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. E além disso, têm a catártica trilha sonora de John Williams que consegue passar qualquer sentimento durante o filme, desde perigo e medo até romance e amizade, e claro, a inevitável e deliciosa aventura. Destacando o inesquecível tema do filme, conhecido até mesmo por quem não tenha visto o filme, mas já ouviu em alguma situação. Williams estabeleceu a excelência ao unir sua música com diversos momentos emblemáticos do filme, elevando ainda mais as cenas de Spielberg. É uma obra redonda, ela não subestima seu público e vai criando toda a atmosfera e tensão por meio de diversas passagens interessantes e marcantes. São esses tipos de aventuras que fazem falta para o cinema, e talvez quem sabe o novo capítulo resgate esse sentimento.

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