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    Crítica | I Wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston

    Naomi Ackie in TRISTAR pictures I WANNA DANCE WITH SOMEBODY. Créditos: Sony Pictures
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    Whitney Houston foi atriz, produtora, modelo, empresária e uma multi premiada cantora que morreu precocemente em 2012. Whitney deixou um legado na música, sendo lembrada e enaltecida como uma das maiores vozes que já existiram no mundo da música. Mas quem foi a mulher por trás do sucesso? A cinebiografia I Wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston, que estreia nos cinemas nessa quinta-feira (12), apresenta diversas respostas para essa questão.

    A diretora Kasi Lemmons (Harriet) tenta apresentar todas as versões de Whitney nesta produção ao público, em especial aos que são fãs da cantora. A escolha feita para isso é uma narrativa centrada em diversas fases da vida da cantora, mostrando os momentos áureos na carreira e os pontos mais baixos que ela enfrentou. Sem alarde, a trama apresenta a jovem Whitney Elizabeth Houston, seus anseios e ambições levando o espectador a conhecer mais da jovem cantora. A partir daí o espectador conhece uma das primeiras polêmicas relacionada à vida da cantora: sua sexualidade. I Wanna Dance with Somebody nunca aposta sua fichas totalmente nos dramas que a protagonista enfrenta e prefere abordar os problemas e dificuldades que ela enfrenta sem muito estardalhaço. O problema é que eles são muitos e o roteiro escrito por Anthony McCarten (Dois Papas) decide abordar eles, sem aprofundar os mesmos e as consequências que os mesmos trouxeram ao longo do tempo para a vida pessoal de Whitney. A direção de Lemmons conta com algumas decisões que são questionáveis e que não agregam a narrativa, prejudicando em alguns momentos a mesma. A edição é outro ponto fraco da produção, e tenta dar fluidez narrativa aos 146 minutos, cortando e pulando etapas sem o menor pudor ou nexo aparente, o espectador que lute para descobrir em que ano as cenas se passam.

    De todas as polêmicas apresentadas na carreira de Whitney, a mais bem desenvolvida em todo o filme é a sua relação tóxica com o seu pai que se mostra um verdadeiro crápula. A cena na qual ele é hospitalizado e a cantora o visita é a mais intensa do filme. As demais situações que mancharam a carreira da cantora, são apresentados mas nunca desenvolvidos de modo convincente. As agressões que ela sofria do marido, seu vício em drogas, a relação amorosa dela com a sua agente e tantas outras surgem do nada e logo são ignoradas, sendo exploradas quando o roteiro necessita. Outra falha da produção acontece no seu terceiro ato, que é extremamente longo, sendo focado na clássica abordagem do declínio do artista e a exaustão sobre as questões envolvendo exposição e o show business. Questões como essas são abordadas estão entre oito a cada dez produções do gênero e seguem a convencional cartilha das cinebiografias que visam explorar momentos aleatórios dos artistas em questão.

    São nos momentos singelos que a produção tem seus melhores momentos. Um exemplo disso, acontece quando a cantora junto com seu agente no escritório, escolhendo as canções que vão compor o primeiro álbum dela. Outro destaque é a trilha sonora, que inclui os sucessos da vida da cantora. Eles são inseridos na trama de modo orgânico. Cenas na qual vemos “How Will I Know”, “I Wanna Dance with Somebody” e a sua apresentação no Super Bowl XXV são alguns dos momentos épicos da produção, que transforma esses momentos em grandes videoclipes. A última apresentação de Whitney Houston é outro trecho que levará os fãs ao delírio.

    O elenco é prejudicado pelas escolha do roteiro e edição. Ashton Sanders (Moonlight) interpreta um Bobby Brown que surge do nada e não tem espaço para desenvolver seu arco. Nafessa Williams (Raio Negro) não tem espaço para nada que não seja dar alguns sorrisos. Naomi Ackie (The End of the F***ing World) está excelente como Whitney, conseguindo ser vulnerável e feroz quando necessário, sendo o grande destaque do filme.

    I Wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston apresenta algumas respostas para decifrar quem foi a cantora em sua vida privada, mas infelizmente nenhuma delas é satisfatória. Muito disso se deve ao altos e baixos que a produção enfrenta na construção da sua narrativa. A produção pode agradar os fãs, mas Whitney Houston merecia mais.

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