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Inspirado em Almodóvar, A MISS começa a ser gravado no Rio de Janeiro

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Fã dos concursos de Miss, aos quais assistia com a avó quando pequeno, o roteirista e dramaturgo Daniel Porto estreia na direção de longas com A MISS. O filme presta homenagem a esse universo e está sendo rodado no Rio de Janeiro.O elenco é formado por Helga Nemetik, Alexandre Lino, Maitê Padilha e Pedro David. A produção é da Cineteatro, e a distribuição da Olhar Filmes.

Em 2016 me veio a ideia dessa história, em que um menino gay se passa pela irmã para ganhar um concurso de Miss. Primeiro eu fiz dessa ideia uma peça, mas nunca consegui levar aos palcos. Porém eu nunca desisti de contar essa história. Queria falar dessa mãe controladora que não sabia aceitar os filhos. Uma menina sem vocação e desejo para os padrões de beleza e o outro menino gay, que rompe o ideal tradicional de um filho homem”, conta o diretor, que também assina o roteiro do longa.

A MISS tem como protagonista Iêda (Helga Nemetik), ganhadora de concursos de beleza quando jovem, que sonha que sua filha, Martha (Maitê Padilha), siga a tradição da família, porém, a jovem não leva o menor jeito para isso. Por outro lado, seu filho Alan (Pedro David) parece ter mais talento para conseguir faixa e coroa de Miss com a ajuda do seu tio Atena (Alexandre Lino), realizando, assim, o sonho da mãe.A trama do filme, que já está sendo rodado, se passa no bairro do Grajaú, na zona norte do Rio de Janeiro. As filmagens também acontecerão em Jacarepaguá, Duque de Caxias e estúdio da Band Rio.“O longa lida com temas muito contemporâneos. Abordando desde sexualidade e padrões estéticos até discutindo a questão de gênero, a opressão familiar, mães que não sabem acolher indivíduos Lgbtqiapn+, ou seja, principalmente sobre o que é ser queer e as constante discussões sobre direitos e mudanças sociais para a comunidade”, explica o cineasta, cujo roteiro participou do laboratório de roteiro, Varilux, em 2021, mas o diretor trabalha nessa história desde 2016.

O longa conta ainda com a participação de Ellen de Lima, a última cantora de rádio viva no Brasil, e responsável pela canção original das Misses. Ela gravou uma nova versão exclusivamente para o filme, cuja trilha é uma variação temática dessa música, com direção musical de Alexandre Elias. Além disso, o elenco também traz Ava Simões, a Miss Brasil Gay e Miss Trans Universo.O diretor tem em seu currículo o curta CHEMSEX, com temática LGBT+, o qual foi selecionado para a décima quinta edição do prestigiado festival LGBT+ Film Festival Poland. Além disso, também trabalhou como roteirista de programas como Vai que Cola, e A Vila, além de assinar, entre outras, as peças O Pastor e Pinóquio, indicado Prêmio APCA na categoria de melhor dramaturgia adaptada.Fã de Almodóvar, Porto conta que adora as cores vibrantes contrastando com as histórias trágicas de suas personagens, como em “Volver”, “Tudo Sobre Minha Mãe” e “Julieta”.

Partindo descaradamente dessa referência eu quis que A MISS tivesse uma direção de arte colorida, em seus figurinos vibrantes, locações de cores marcantes, também bebendo da paleta de Wes Anderson, mas que isso tudo não fosse apenas um elemento decorativo para quem assiste, e sim, ajudasse a contar essa dramédia que se passa no subúrbio do Rio de Janeiro. De alguma maneira com a direção de arte, figurino e fotografia, eu quis dizer que o riso e o choro podem caminhar juntos nesse filme.

A MISS é uma produção de Cineteatro, e distribuição da Olhar Filmes.

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