Um dos mais prestigiados cineastas brasileiros da atualidade – dentro e fora do país –, Karim Aïnouz volta ao circuito no dia 28 de setembro, com dois novos longas-metragens. Após exibir “Firebrand” – seu primeiro filme em língua inglesa, com Jude Law e Alicia Vikander – na última edição do Festival de Cannes, o diretor agora leva aos cinemas nacionais os documentários MARINHEIRO DAS MONTANHAS e NARDJES A.
“É uma alegria muito grande ter dois filmes no circuito nacional. Esses filmes foram gestados em um mundo pré-pandêmico e foram concluídos durante a pandemia. Fico muito feliz de lançá-los agora nos cinemas porque terminaram sendo represados por conta disso”, afirma Aïnouz. “Também fico muito feliz com o lançamento conjunto, nesse momento em que estamos aos poucos processando o trauma e a distopia a que fomos submetidos durante o mandato da extrema-direita porque os longas falam de utopia e da capacidade de sonhar mundos mais justos.”
Considerado o projeto mais pessoal de sua carreira, MARINHEIRO DAS MONTANHAS integrou a programação de importantes festivais ao redor do mundo, incluindo uma aclamada passagem por Cannes, em 2021. O documentário narra a jornada do cineasta pela Argélia, onde investiga a história do pai, um homem que só conheceu por fotografias, para compreender as suas próprias origens. O longa-metragem terá pré-estreias pagas no dia 18 de setembro, no Rio de Janeiro (Estação Net Gávea, às 21h), e no dia 19, em São Paulo (Espaço Itaú Augusta, às 21h).
“É um filme íntimo, delicado e quase experimental, espero que o público embarque nele de corpo e alma”, afirma Aïnouz, que está na fase final das filmagens de “Motel Destino”, no Ceará, e se prepara para rodar o seu segundo longa internacional, “Rosebushpruning”.
Exibido no Festival de Berlim, em 2020, NARDJES A. foi filmado com um smartphone justamente durante a pré-produção do longa acima citado, em uma viagem do diretor a Argel, capital do país africano. Nele, Karim acompanha um dia na vida de uma ativista enquanto ela se junta aos milhares de manifestantes que vão às ruas para derrubar o regime que os silenciou ao longo de décadas.
“Eu queria que esse filme fosse ousado, alto, barulhento, rápido e voraz, como as manifestações que invadiram as ruas de Argel. Os protestos ressoaram para além da Argélia. Foi emocionante testemunhar aqueles eventos que vinham carregados de uma força e alegria contagiantes. A gente fala de uma geração que teve seu futuro roubado, mas ainda encontra na esperança um lugar fértil para imaginar o amanhã. Pensando no nosso mundo hoje, a Argel de 2019 está em todo lugar”, reflete o diretor premiado na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, com “A Vida Invisível”, em 2019.