Quentin Tarantino cresceu lendo as populares novelizações de filmes dos anos 1970, um gênero literário tantas vezes marginalizado, mas igualmente cultuado pelo grande público. Natural que o premiado diretor norte-americano escolhesse este formato na hora de escrever seu primeiro romance, baseado no filme Era uma vez em… Hollywood, estrelado por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt e vencedor de duas estatuetas do Oscar em 2020 ― uma delas na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, para Pitt. O livro chega às livrarias brasileiras pela Intrínseca no dia 29 de junho de 2021, a mesma data de lançamento da edição norte-americana. Em julho, o título será distribuído como brinde aos assinantes do intrínsecos, o clube de livros da Intrínseca.
Em seu primeiro romance, Tarantino expande a trama principal e amplia o universo dos personagens, criando soluções diferentes e novos cenários. O texto fluente é pontuado por inúmeras pérolas sobre os bastidores da década de ouro do cinema e também pelo inegável talento do diretor em criar diálogos hilários, sempre ricos em referências. “Estou animado em explorar ainda mais meus personagens e seu mundo numa empreitada literária que quem sabe pode servir de companhia para sua versão cinematográfica”, declarou o diretor à revista on-line Deadline, com conteúdo voltado para a indústria do entretenimento, em novembro de 2020.
Após uma década de trabalho mediana, o ator Rick Dalton (personagem de DiCaprio) acha difícil engolir a ideia de que a indústria cinematográfica passa muito bem sem ele. Sentindo que sua carreira de ator está cada vez mais próxima do fim e mergulhado em uma crise existencial, Rick está disposto a se submeter ao lobby cruel de Hollywood para tentar adiar sua ruína profissional. Para isso, vai cogitar uma investida no cinema italiano, encarnar um vilão controverso em uma série de faroeste e aceitar conselhos profissionais de uma respeitada atriz de oito anos de idade.
Cliff Booth (interpretado por Brad Pitt), seu dublê e melhor amigo, também começa a perder oportunidades, mas não necessariamente por causa do declínio do chefe. Booth, que pode ter matado sua mulher e escapado da cadeia, é visto como assassino por quase todas as equipes em quase todos os sets de filmagem de Los Angeles. Mas o condecorado veterano da Segunda Guerra Mundial segue manobrando seu destino pelas curvas de Hollywood Hills, em meio às hordas de hippies, que em 1969 estão por toda a cidade à procura de restos de comida, pedindo carona, invadindo propriedades e nem sempre pregando a paz e o amor. Um certo grupo de adolescentes liderado por um fracassado aspirante a astro do rock vem espalhando destruição e ódio. Quando o caminho das seguidoras de Charlie Manson cruzar com o de Dalton e Booth, o resultado poderá arruinar para sempre a vida de alguns personagens e salvar a vida de pessoas reais.