Terceiro presidente norte-americano, Thomas Jefferson foi um dos mais eloquentes defensores dos ideais de democracia, liberdade e igualdade, como deixou registrado na Declaração de Independência, que conduziu as colônias à separação definitiva da Grã-Bretanha. Apesar disso, um dos pais da maior democracia do mundo não só foi proprietário de mais de 600 escravos como seu nome encontra-se no centro de uma polêmica que envolve Sarah Hemings, uma mulher escravizada com quem o presidente teve seis filhos. Jefferson encarna uma contradição que ocupa o cerne do dilema norte-americano: uma potência construída a partir de premissas tão nobres convive com a realidade da intolerância, da segregação racial e da brutalidade com os povos nativos.
A citação a Jefferson serve de ponto de partida para a historiadora americana Jill Lepore em Estas verdades, que a Intrínseca lança no Brasil em outubro de 2020, num momento em que ganham força no mundo inteiro as manifestações de movimentos feministas, como o #MeToo, e os protestos antirracistas do Black Lives Matter. Neste ambicioso trabalho de reconstrução da trajetória dos Estados Unidos, Lepore traça a evolução dos diretos civis no país, com a articulação política em torno de pautas como a união homoafetiva e a legalização do aborto. Às vésperas das eleições presidenciais no país, em novembro, a autora também fala da interferência das redes sociais no processo eleitoral, além da intervenção religiosa na política.
Estas verdades conta a história americana desde 1492, questionando se o curso dos eventos ao longo desses cinco séculos comprovou as tais premissas fundadoras elaboradas por Jefferson ou as desmentiu. Em busca destas verdades, a autora traçou o intrincado panorama da política americana do período colonial à máquina partidária do século XIX, dos programas de rádio às pesquisas na internet do século XXI, da Magna Carta ao Ato Patriótico, do jornalismo impresso ao Facebook. Estas verdades em muitos aspectos remodelará a visão da história americana pelas próximas décadas.
“O relato mais honesto, e mais bem escrito, que já li sobre a história dos Estados Unidos.”
―Bill Gates
“Em uma nação devotada à liberdade, por que algumas pessoas eram livres e outras não? Como tantos americanos, Lepore se faz essa pergunta e mais: ‘Quais são os direitos que governam esta nação?”
― The Guardian
A GRANDE GRIPE, de John M. Barry
Tradução: André Czarnobai e Antenor Savoldi Jr.
Páginas: 1072
Editora: Intrínseca
Livro impresso: R$ 99,90
E-book: R$ 69,90