58 listas (33 úteis e 25 nem tão úteis assim) – Manuela Barem
Mais que as 33 listas úteis e as 25 não tão úteis assim do título, temos em mãos um registro de como se vive nestes anos 2010: do saudosismo analítico dos pagodes do início da adolescência à constatação irrefutável de que ficou ainda mais difícil terminar relacionamentos na era das redes sociais.
Este é um livro para a geração Y e para quem quer entender o que se passa na cabeça dessa gente que se aventura — mesmo que titubeante — nesta etapa da vida adulta absoluta, cheia de trabalho, amor, festas infantis, fakes no Twitter e chatices no Facebook.
Entre uma louça suja e outra, porém, dá para apreciar uma ciranda da música brasileira que prova aquilo que todos desconfiávamos, mas achávamos que pudesse ser só reflexo do excesso de Faustão na nossa cabeça: todos os artistas da MPB estão interligados.
É a chance também de conhecer as leis mais absurdas do Brasil, 31 cidades brasileiras com nomes terminados em “lândia” e os motivos pelos quais os verões dos anos 1990, os últimos verões da história da humanidade totalmente desconectados, deixaram saudade.
Uma historia de solidão – John Boyne
Primogênito de um lar disfuncional na Irlanda, o inocente Odran Yates vai estudar em um colégio que prepara garotos para a vida eclesiástica. Ao relatar sua jornada, da ingenuidade dos primeiros anos de colégio à descoberta dos segredos mais bem guardados da Igreja, Odran descreve uma Irlanda cheia de contradições e ódio por trás de uma fachada de bons costumes.
Enquanto lida com as implicações de seu trabalho e o sofrimento das pessoas que ama, o padre Odran se convence de que era inocente demais para entender o que acontecia ao seu redor e tenta fazer um acerto de contas com a própria consciência.
Ponto de fuga – Ana Maria Machado
Nos onze ensaios que compõem este livro, frutos da participação de Ana Maria Machado em eventos literários, a autora mostra por que se tornou uma referência na literatura brasileira. Com mais de cem livros publicados ao longo de quarenta anos, ela não se limitou ao ofício de escrever, mas se dedicou a uma reflexão profunda e generosa a respeito de nossa produção literária, muitas vezes rompendo paradigmas sobre temas que pareciam consolidados.
Laureada com o prêmio Hans Christian Andersen de Literatura Infantil, Ana Maria Machado discute, entre outros assuntos, a formação do leitor, as obras infanto-juvenis, o papel da escola e os segredos do escritor no ato da criação.
Kaos total – Jorge Mautner
Para celebrar os 75 anos de Jorge Mautner, João Paulo Reys e Maria Borba selecionaram uma amostra de seu rico acervo inédito e reuniram o material com a totalidade de suas letras de música, parte mais cultuada da obra do múltiplo artista. Pérolas como “Maracatu atômico”, “Lágrimas negras” e “Vampiro” estão compiladas em ordem cronológica, em volume alentado por pinturas naïf, poemas e prosa poética.
Se pensávamos já conhecer Jorge Mautner, o que se apresenta aqui é uma grande parcela ainda incógnita de sua criação. Sua obra é sua vida. Axé, Oxóssi, tragédia grega, Via Láctea, Jesus de Nazaré, Itaparica, curupira: em Kaos total, Jorge Mautner nunca se encerra, está sempre vivo e em movimento.
Como curar o fanático – Amós Oz
Em Como curar um fanático, Amós Oz oferece uma visão única sobre a natureza do extremismo e propõe uma aproximação respeitosa e ponderada para a solução do conflito entre Israel e Palestina.
A brilhante clareza desses ensaios, ao lado da habilidade do autor para iluminar questões tão complexas, confere fôlego novo a esse antigo debate. Oz argumenta que o conflito é uma disputa por território — e ela não será resolvida com maior compreensão, mas por meio de um doloroso compromisso.
Publicado originalmente em 2012, Como curar um fanático traz, na nova edição brasileira, um ensaio inédito, escrito em resposta aos atentados do Estado Islâmico em Paris, em novembro de 2015.