
Em fase de finalização, o longa-metragem Love Kills é dirigido por Luiza Shelling Tubaldini e está no line-up do Fantastic Pavilion/Blood Window, no 78o Festival de Cannes em um evento que será realizado no dia 15/05, no Marché du Film com a participação da diretora. O programa, voltado ao cinema de horror, suspense e fantasia da América Latina e Espanha, em 2025, incluiu sete obras de novos e promissores talentos contemporâneos do gênero fantástico. Junto com o Brasil, há produções da Argentina, Colômbia, Equador, Espanha, Paraguai e Peru.
Love Kills é ambientado no centro de São Paulo, na cracolândia. A proposta é ser um “thriller romantasy”, ou “romantasia”, mistura de elementos de histórias fantásticas com tramas de amores e paixões. O longa de Luiza Schelling trata do encontro entre Helena, uma jovem vampira negra, e Marcos, um humano que não sabe o que acontece nas profundezas de onde circula. A relação entre os dois personagens faz Helena mergulhar numa jornada de redescoberta de própria humanidade, enquanto luta com os instintos sanguinolentos.
O filme adapta aaclamada graphic novel homônima de Danilo Beyruth em 2019 e explora o universo dos vampiros como metáfora para traumas, exclusão social e construção de identidade. Ao trazer elementos de suspense e fantasia, Love Kills trata de relações abusivas a partir do ponto de vista de mulheres marginalizadas. Para Luiza Shelling Tubaldini, “vampiros são uma metáfora muito atual”, o que amplia a leitura simbólica proposta em cena. O objetivo é dialogar com públicos diversos, de fãs de horror a interessados nas questões de representatividade, assim oferecendo uma experiência de gênero com impacto emocional e político.
A cineasta, que assina a direção e o roteiro, articula questões sociais com um estilo visual sensorial, atenta a novas linguagens trabalhadas em filmes desse universo fantástico. A construção da personagem Helena foi um esforço consciente de ressignificar arquétipos convencionais das figuras monstruosas, dando a elas complexidade, humanidade e potência simbólica. Com isso Love Kills quer atualizar o imaginário do terror e apontar perspectivas sub-representadas no audiovisual.
A seleção para o Fantastic Pavilion/Blood Window reforça o interesse crescente dos mercados de filmes por novas abordagens no cinema de gênero latino-americano, afastando-se de clichês mais simplórios em prol de narrativas tão densas quanto viscerais, muitas delas protagonizadas por mulheres.
Luiza Shelling Tubaldini tem construído uma trajetória sólida no audiovisual brasileiro, com filmes lançados internacionalmente e sucessos de bilheteria no mercado doméstico. Antes de iniciar carreira como diretora, foi produtora e roteirista em vários longas-metragens.
Boa parte dos projetos de Luiza se pautam por narrativas fantásticas e adaptações literárias, com elementos que atravessam sua obra de produtora-roteirista e agora na função de diretora-roteirista. Assumir a função de dirigir veio da necessidade criativa de contar ela mesma as histórias, a partir de sua experiência, formação técnica, sensibilidade artística e olhar atento às transformações sociais.
A produção de Love Kills é da Filmland Internacional, que tem objetivo de unir qualidade e entretenimento com apelo estético e popular para públicos no Brasil e no exterior. O portfólio da Filmland inclui diversos títulos que circularam em festivais internacionais, como Motorrad, thriller de ação exibido no Festival de Toronto e com remake em inglês vendido para o mercado australiano; e A Princesa da Yakuza, estrelado por Jonathan Rhys Meyers e a cantora nipo-americana Masumi, tendo estado no top 5 global da Netflix na semana de estreia. Ambos foram desenvolvidos também a partir de obras do quadrinista Danilo Beyruth.