Pode acabar irritando alguns por abandonar aquele tom mais dramático e voltado pro terror que o primeiro filme tinha, porém a substituição pela ação/comédia funciona mais e traz um frescor, sem cair naquele clichê das continuações repetidas. Ainda que continue, talvez até mais, tratando o espectador como uma porta.
É notável para os fãs mais íntimos do gênero ação uma clara semelhança com O Exterminador do Futuro 2, dado essa mudança de atitude da Megan. Aqui mais preocupada em proteger todos de uma ameaça maior, e trazendo até um clichê conhecido do cinema do mocinho se juntando ao antigo vilão. Porém esse frescor combina com o filme, as cenas de ação convencem e usam bastante as viradas de câmera para representar o movimento dos golpes , conhecidas de filmes mais blockbusters como Velozes e Furiosos. Ainda que trabalhem bastante cortes durante as lutas devido a limitação em sua criatividade.
Principal problema fica por conta de subestimar seu público, com constantes explicações e diálogos expositivos, desde os personagens explanando seus sentimentos ou alongando alguma explicação científica que deixa tudo mais chato do que propriamente se aproveitar mais diversão em si. E martelando essa ideia, falta pro filme se sustentar mais na diversão, ainda mais a situação ridícula que é encontrada, duas robôs se confrontando, as piadas envolvendo o deboche se Megan funcionam, mas são muito pouco utilizadas. Esse filme lembra bastante longas como Transformers em que se sustentam mais em drama humano do que a principal atração em si, o motivo das pessoas se interessarem por aquele filme.
O longa ainda traz uma discussão do benefício da IA quando bem utilizada e com boas razões. É algo bem problemático, que por conta da inocência e bobice do filme acaba passando despercebido o quão errado é essa mensagem. Apesar dessa humanização de Megan funcionar, tanto o desenvolvimento de suas atitudes quanto um lado protetivo dela com a garota e um amadurecimento de seu propósito.
A figura da Megan funciona, esse meme ambulante que ela se tornou. Podia parecer forçado ou pegar muito dessa fonte Tik Tok contemporânea, mas o carisma e sarcasmo dela convencem. Uma força bruta fica devendo, porém, nos poucos momentos entregam uma ideia incrível da violência de seus golpes, apesar do Pg-13. As piadas ganham destaque desde uma cantoria aleatória ou questionar a inteligência de seus parceiros na missão.
A história acaba se levando um pouco a sério demais. Se apoiando pouco na diversão, briga de boneco ou piadas. Toda essa questão envolvendo um Plot Twist óbvio de que o CEO suspeito era quem estava articulando a robô vilã acaba ficando caído, fora a fraquíssima personalidade do vilão.
Essa atualização de Megan 2.0 traz um tom interessante e que combina com a franquia, apesar de não chegar num potencial maluco que poderia ou pelo menos os trailers indicavam. De forma geral, é um filme que acaba levantando suas próprias barreiras quanto a seriedade desnecessária da situação e as explicações ao melhor estilo IA, mas a diversão compensa e a figura de Megan rouba a cena, nos poucos momentos.
